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Um ciclo de palestras e oficinas mobilizará 180 mulheres de comunidades afro-indígenas do Extremo Sul baiano, entre os dias 7 e 20 julho, com temas como literatura, cinema, tecnologia e resistência. Os encontros acontecerão nas cidades de Alcobaça, no Espaço Dona Flora, Caravelas no Ponto de Cultura Pererê/Artemanha, Prado (Cumuruxatiba) no Salão Paroquial e Teixeira de Freitas na Uneb, onde farão parte do “Escritoras Negras da Bahia”, projeto pioneiro lançado pela escritora baiana Calila das Mercês, mulher negra, jornalista e pesquisadora em literatura, que traz um mapeamento e diagnóstico das escritoras negras da Bahia. 

“Um dos principais objetivos das oficinas é interiorizar o conhecimento, fazendo com que ele chegue a lugares aonde geralmente não chega. Por isso escolhi essas cidades, com essas mulheres tão representativas, para fomentar o debate sobre a nossa cultura e criar um espaço em que a comunidade negra possa se sentir mais representada", explicou Calila, que ministrará a palestra "Literatura de autoria negra: resistência e pluralidade da memória" no dia 07/07, às 19h, em Teixeira de Freitas, e 08/07, às 18h, em Caravelas; e a oficina "Escrevivências: resistência e representações na literatura de escritoras negras"; nos dias 09 e 10/07, em Caravelas; 11 e 12/07, em Alcobaça; e 13 e 14/07, em Prado (Cumuruxatiba), das 9 às 18h, com entradas gratuitas.

Para falar sobre “Literatura e tecnologia — mídias e mobilizações em rede”, a doutoranda em Teoria e História Literária da Universidade de Campinas (Unicamp), Raquel Galvão, ministrará palestra nos dias 11 e 12/07, em Caravelas, 13 e 14/07, em Alcobaça, e 17 e 18/07, em Prado (Cumuruxatiba). Segundo a pesquisadora, o debate servirá para “instrumentalizar as mulheres na utilização das diversas mídias e artes”. “Estamos vivendo um momento em que a tecnologia está ditando tendência, e o movimento negro estabeleceu uma conexão muito forte com as redes. Então a ideia da minha oficina é capacitar às mulheres, garantindo sua interlocução com o que acontece ao vivo, nas redes, e ajudando na divulgação de sua arte", disse Galvão.

Por fim, a oficina “A magia da mulher negra: poéticas e estéticas das cineastas negras” será conduzida pela doutora em Comunicação e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Kênia Freitas, nos dias 13 e 14/07, em Caravelas, 17 e 18/07, em Alcobaça, e 19 e 20/07, em Prado (Cumuruxatiba). “Nossa ideia é discutir a produção atual das mulheres negras cineastas no Brasil e suas características estéticas e políticas. Também analisaremos o lugar da mulher negra nestes filmes, a partir de elementos de resistência, e de que forma o cinema pode virar um espaço de empoderamento, fazendo com que as mulheres das comunidades locais também participem do processo e se tornem protagonistas das histórias”, explicou Kênia.

Escritoras Negras da Bahia

Lançado no Mês Nacional do Escritor e no Mês Internacional da Mulher Negra Latino Americana, ambos comemorados em 25 de julho, e em reforço à Década Internacional de Afrodescendentes, decretada pela ONU entre 2015 e 2024, o projeto “Escritoras Negras da Bahia” reúne o trabalho de poetas, contistas, romancistas e artistas literárias e dá acesso a grupos minoritários à arte e literatura. Com apoio financeiro do Governo do Estado, por meio do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda, Fundação Cultural e Secretaria de Cultura da Bahia, o projeto, além das oficinas e palestras, conta com o website www.escritorasnegras.com.br, que será lançado no dia 7 de julho, e um e-book bilingue (Português e Inglês), com textos acadêmico-culturais relacionados à negritude e à autoria negra.

 

Por: Vida Diária/Ascom

 

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