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Cristina Castro

Outro dia vendo um vídeo pensei enquanto a vida é efêmera e no quanto gastamos tanto tempo nos preocupando com coisas que não merecem tanta atenção assim. Dizem que só valorizamos a vida e passamos a vivê-la com sabedoria quando estamos diante da real possibilidade da morte. Impressionante como supervalorizamos o sofrimento ou lado ruim das coisas e quando coisas boas acontecem não atribuímos tanto valor.

Quantas vezes nos magoamos com pessoas que deixaram de nos ligar porque esqueceram e nós ficamos magoados porque pensamos que ela não gostava mais de nós? Quantas vezes respondemos com hostilidade a alguém só porque este alguém não fez o que queríamos? Quantas vezes descontamos em nossos filhos a falta de dinheiro no final do mês? Quantas vezes culpamos nosso chefe por não admitirmos que poderíamos ter feito melhor? O que você tem ganhando deixando de viver a vida que você quer viver só porque pessoas dizem que você não deveria fazer isso? O que você perde deixando de ser você mesma em função de pessoas que não respeitam você? Por que você se submete a situações de desespero por medo do que vão dizer ou pra corresponder a uma expectativa que não é a sua? Quantas vezes você disse não a você querendo dizer sim e quantas vezes você disse sim ao outro querendo dizer não?

Muitas vezes estamos às voltas com sentimentos, com circunstâncias tão pouco importantes que deixamos que a vida passe sem que a gente se dê conta disso. Como se a vida fosse um tempo eterno e não fosse haver um fim. Deixamos de vivenciar verdadeiramente e com intensidade cada momento da vida. Deixamos de perceber que a vida é bela até naquilo que nos faz sofrer porque o sofrimento faz a gente crescer e amadurecer. Deixamos de perceber que tudo passa, até a alegria. Mas tudo volta, até a tristeza. A melhor maneira de se viver é um dia de cada vez como se este fosse o último.

Se Deus chegasse para você agora e dissesse: meu filho vou te dar só mais um dia de vida o que você faria? Como você viveria este último dia da sua vida? Pense nisso como se fosse verdade, procure sentir o que você deixou de fazer e quer fazer agora? O que você quer dizer agora que não disse antes? Quem você gostaria de pedir perdão? Quem você gostaria de perdoar? Onde você gostaria de ir? Quantos “sins” ou quantos “nãos” você precisava ter dito e ficou com medo? Quantos amores você deixou escapulir porque tinha medo de sofrer e por isso se privou da experiência?

Imagine você diante da morte da pessoa que você ama tanto, o que você quer dizer agora pra ela que não foi dito durante tanto tempo? O arrependimento vem daí. Daquela sensação de “e se eu tivesse falado que amava!”; “e se eu tivesse cuidado como ela cuidou!”; “e se eu tivesse respeitado mais!”. Imagine aquela mãe no leito de morte que tem três filhos onde apenas um passa seu tempo cuidando e estando presente, enquanto os outros não têm tempo, não conseguem porque sofrem em vê-la doente, ou porque estão no trabalho, ou porque mágoas do passado não o permitem estar presentes e etc. Imagine qual será o sentimento de cada um depois que esta mãe falecer? Imagino que todos vão sofrer muito, mas apenas um superará mais rapidamente, aquele que não tem arrependimento, pois não houve ausência. Aquele que não deixou de desfrutar da sua companhia até o último momento, aquele que não tem culpa, que não deixou de falar, de expressar e de ajudar em tudo que podia. Aquele que soube expressar o seu amor e a sua gratidão em detrimento do passado, simplesmente porque soube sair da própria dor e se entregar ao outro de peito aberto.

Todas as vezes que nos permitimos vivenciar algo sem restrições, sem medo, nos tornamos mais tranquilos, mais sábios e preparados, pois não há arrependimentos. No geral, nos arrependemos daquilo que deixamos de realizar. Portanto se você ama alguém fale para ela, demonstre isso a ele, faça coisas que mostrem esse amor. Cuide, respeite, admire. Porque a vida um dia nos vai ser tirada e, creio eu como cristã, que devemos ser o mais verdadeiro e íntegro possível para que possamos ter uma vida rica e preenchida com aquilo que plantamos. Para quê desperdiçarmos nosso tempo com coisas irrelevantes? Para quê ficar de cara fechada para seu marido ou pra sua esposa só porque ela ou ele não fez o que você queria? Para quê ter tanta mágoa do seu pai ou da sua mãe só porque eles não foram capazes de dar o que você gostaria?

Escrevi este texto para dizer o quanto somos descuidados e pouco reflexivos em relação à vida e a morte. Levamos nossa vida como se a mesma tivesse pouca importância nos magoamos e nos rejeitamos tão facilmente que parece que estamos muitos mais aptos a sofrer do que a sentir prazer e alegria. Deixamos de viver a vida para que a vida passe por nós sem que a gente perceba e quando chega a morte, nos damos conta daquilo que deixamos de fazer existir.

Até a próxima semana

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