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Eu tenho passado por algumas situações em que me percebi fazendo críticas duras a meu respeito, aliás isso sempre aconteceu comigo. Eu sempre fui muito dura comigo mesma em diversas situações. Impressionante o quanto podemos ser imperdoáveis com a gente mesmo. Isso já aconteceu contigo? Sabe aqueles momentos que sentimos coisas ruins como decepção, raiva, vergonha por atitudes que cometemos e que nos arrependemos de ter feito?

Incrível a capacidade que temos de sermos cruéis com nosso ser. Eu não tenho dúvida que nosso maior inimigo somos nós mesmos. Quantas vezes sentimos vontade de brigar, xingar, criticar o outro, mas não conseguimos, ao invés disso, criticamos, julgamos, xingamos e ficamos com raiva da gente mesmo. Falamos para nós mesmos, frases do tipo: “como eu fui um idiota!” ou “como eu pude fazer isso!?”, “eu sou culpada mesmo, eu mereço isso que está acontecendo!?”, "eu não sirvo pra nada!”, “eu sou um inútil!”, “eu nunca faço nada direito!” e por aí vai.

Parece que não podemos errar, não podemos fracassar. Adotamos uma postura interna de que devemos ser sempre perfeitos. Exigimos perfeição das pessoas que nos rodeiam, mas exigimos muito mais de nós mesmos.

Eu estava vivendo um momento como este em relação a minha família, mais especificamente em relação a minha maternidade. Resolvi me abrir com uma amiga e ela foi muito incrível comigo, me mandando um vídeo que falava sobre autocompaixão. Meu Deus, que momento fantástico foi aquele! Parece que algo se abriu dentro de mim. Uma compreensão maior, uma aceitação maior pelo que eu estava sentindo foi surgindo de dentro de mim. Foi maravilhoso, porque no momento que me enxerguei com mais compaixão, que humanizei minha experiência, as coisas ficaram mais claras porque eu saí da culpa.

Reparem que todas as vezes que começamos a nos punir, a nos criticar por algo que fizemos e que não foi bom, nos culpamos por isso. E a culpa nada mais é do que uma raiva, ou um sentimento de desaprovação voltados para nossa pessoa. Dependendo da culpa que carregamos ao longo da vida transformamos nossa vida em algo muito pesado e difícil de ser vivida. A culpa transforma nossa vida em um fardo muito duro.

O ódio, a raiva, a inveja, o medo, a vergonha é da natureza humana. Você não é mal ou está errado em sentir isso. Fomos treinados a achar que somos más pessoas por sentirmos coisas ruins às vezes. Mas isso é uma ilusão não adianta fugir, negar, fingir ou culpar a si ou outra pessoa pelos erros, enganos ou sentimentos ruins que temos, pois todos nós sentimos isso, a dor é humana e todos nós sentimos. Muito melhor e mais sensato é reconhecermos que temos um problema, aceitar e acolher, porque julgar não adianta. Muito pelo contrário, julgar só vai estender e piorar o problema.

Mas o que é a autocompaixão? Como podemos desenvolver a autocompaixão? Autocompaixão é aceitação, é perceber que somos humanos em qualquer circunstância da vida, é entender que todas as emoções boas ou ruins são humanas, fazem parte da natureza humana. Por isso é importante entender que elas existem. Fugir, ignorar só vai prolongar o sentimento, o problema. O que fazer então?

O que você diria para alguém que você ama muito se ela tivesse cometido um erro, ou falhado em alguma coisa? Que palavras diria a ela? Talvez diria: “eu compreendo você!”, “eu gosto de você da mesma maneira! “, “eu também já me senti assim antes!” … poderíamos dizer muitas coisas para acolher, para acalentar uma pessoa querida e que está sofrendo diante de nós. Então, por que não dizer estas mesmas palavras para nós mesmos?

Ser gentil, acolher, ser empático e compreensivo com nosso próprio ser é um ato que deveríamos sempre praticar. Quando Jesus disse para amarmos ao outro como a nós mesmos, ele queria dizer, seja gentil com você para que possa ser gentil com o outro, ame a si mesmo, respeite sua pessoa para que você consiga amar e respeitar quem está ao seu lado.

Talvez seja por isso que é tão difícil para nós praticarmos a compaixão.  Afinal, não damos aquilo que não temos para dar. A autocompaixão é um ato solitário, humano e muito consciente de você para você mesmo, é doar a si mesmo, é ter uma palavra amiga, gentil e compreensiva para si mesmo.

O quanto você está disposto a começar a praticar a autocompaixão? O quanto você está disposto a falar coisas boas a respeito de si mesmo para você? O quanto você tem sido compreensivo e amoroso contigo? O quanto você tem agido com humanidade em relação as suas emoções negativas? O quanto você aceita suas imperfeições?

Quando as pessoas são mais compassivas consigo mesmas, elas se tornam mais fortes, mais decididas, mais confiantes e portanto, mais resilientes para lidarem com aquilo que é difícil. Percebi isso quando vi que o problema familiar que eu estava tendo ficou mais leve e mais fácil de lidar quando aliviei minha culpa e aceitei minha vulnerabilidade. Seja gentil com você, você merece!

Até a próxima.

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Por Vida Diária: Cristina Castro.

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