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Quando falamos em vinhos de qualidade, muitos logo pensam nos vinhos europeus, especialmente os vinhos franceses e italianos. Já no quesito preço, outros respondem imediatamente: Chile e Argentina. Ocorre que muitos desses mesmos consumidores, se interpelados sobre a vinificação nacional, logo torcem o nariz e fazem cara feia, seja por preconceito contra o vinho nacional (algo bem arraigado ainda no consumidor brasileiro, muito em função do histórico nacional de produção de vinhos suaves de mesa), ou mesmo por falta de conhecimento do nosso produto, até mesmo porque não se sentem à vontade para apreciar a bebida diante de “consumidores de rótulos”, que acreditam ser os vinhos importados os únicos com alto padrão de qualidade. Some a isso o fato de que o Brasil não tem uma longa tradição na história de vitivinificação, como ocorre com os países do velho mundo.

Estas razões juntas, acabam por levar o consumidor brasileiro a escolher os vinhos importados, especialmente os vinhos do novo mundo, como Chile, Argentina e até mesmo dos Estados Unidos da América. De fato, esses países oferecem vinhos a preços excelentes, mas que nem sempre irão refletir em qualidade, de forma que o custo-benefício não valerá a pena em muitos casos. Isto posto, talvez você esteja se perguntando quais razões teria para começar a degustar o vinho nacional. Pois bem, exporei aqui alguns bons motivos que talvez façam você mudar o conceito (ou preconceito), sobre nossos vinhos.

Em 2017 houve uma queda mundial na produção de vinhos finos, sendo a menor dos últimos 50 anos. Na contramão dessa queda, o Brasil teve um aumento de 169% em relação ao ano imediatamente anterior, ocupando o 14° lugar no ranking mundial de produtores de vinho no mundo. A maior produção de vinhos no Brasil está no Rio Grande do Sul, com cerca de 90% de todo o vinho produzido em nossas terras. Só em 2017, o estado produziu 485 milhões de litros dessa maravilhosa bebida. Esses dados mostram um crescimento exponencial na nossa produção, que ainda não se vê refletido no consumo per capita/ano, que fica em cerca de 2 litros, deixando o Brasil no 20° lugar no ranking mundial. Só pra se ter um dado comparativo, Portugal tem um consumo de 54 litros/ano per capita.

 

O Brasil produz uma diversidade de vinhos muito grande, pois temos vinhos sendo produzidos em várias regiões do país, conforme vimos em matéria anterior aqui no Vida Diária, quando falamos sobre a história do vinho brasileiro. Essa diversidade de terroir nos apresenta vinhos brancos, rosés e tintos com características das mais diferentes, possibilitando ao enófilo brasileiro escolher os vinhos que mais agradam ao seu paladar.

Outro aspecto importante é a acidez presente nos vinhos nacionais, um dos itens da importante tríade do vinho; acidez, álcool e taninos. Um vinho com boa acidez traz frescor ao vinho e o torna mais gastronômico, possibilitando melhores harmonizações com alimentos. O clima brasileiro possibilita uvas com boa maturação, propiciando essa importante acidez, e, consequentemente, vinhos com baixo teor de açúcar.

Podemos ainda citar o preço do nosso vinho que, sim, é bastante competitivo em relação aos importados, trazendo junto ao preço, uma qualidade que não deixa nada a desejar aos melhores vinhos do mundo, sejam em vinhos de entrada, reserva ou gran reserva. Então, o convido a conhecer um pouco mais e degustar o vinho produzido em nossa casa. Saúde!!!

 

Vaner Benetti

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