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"O barulhinho da rolha ao sair da garrafa, o som do líquido atingindo o fundo da taça, o perfume que inebria, o visual fascinante da bebida passando pelo vidro, o gosto que invade a alma e faz cerrar os olhos. O vinho - uma das bebidas mais antigas do mundo, que confere um caráter elegante a qualquer ocasião – domina todos os cinco sentidos de seus admiradores." (Texto de Érika Soares - Blog Oficina da Escrita - 19 de Maio de 2012).

Quis iniciar esse artigo com o texto acima, porquê expressa de forma poética a sensação que sentimos ao abrir uma garrafa de vinho, e foi exatamente essas palavras que ela usou para iniciar seu artigo no blog na data citada, sobre o mesmo tema que agora escrevo.

Percebemos de forma bem clara, ao longo destes 6 anos passados desta fala, que pouca coisa mudou no que diz respeito ao consumo de vinhos no Brasil. Nosso país não possui uvas autóctones, próprias da nossa terra. A influência no consumo de vinhos no Brasil advém dos nossos patrícios portugueses quando aportaram por aqui séculos atrás. Uma das esquadras de Cabral, estava abastecida com muito vinho quando vieram para nossas terras. O vinho era usado para manter a tripulação com bom ânimo e para higienizar e preparar os alimentos. Este vinho era oriundo da propriedade portuguesa conhecida como Pêra Manca, na região do Alentejo. Vinho este, muito famoso e caro nos dias atuais. Até mesmo Brás Cubas tentou fazer vinhos por aqui, sendo considerado o primeiro viticultor do Brasil, apesar de não ter obtido muito sucesso em seu empreendimento.

Outra etnia que nos trouxe influência, e muito mais do que isso, começaram a plantar e vinificar em nosso território, foram os italianos. Assentados no Rio Grande do Sul, advindos da região do Vêneto, Trento e Lombardia, num fluxo de migração que perdurou por dez anos, os italianos deram inicio ao que podemos chamar de indústria do vinho.

Claro que o Brasil, até hoje, não deslanchou nesta área, quando falamos em consumo e cultura do vinho. Temos vinhos espetaculares, tecnologia de primeiro mundo, muitas vinícolas, produtores e enólogos competentes, terroirs os mais variados, etc, mas não temos ainda uma população que se interesse por vinhos de forma que o país se destaque no consumo desta maravilhosa e singular bebida. É claro que esta situação não poderá ser medida de forma homogênea em todo o Brasil. O sul e o sudeste são grandes consumidores do nosso vinho, e o Nordeste tem se destacadado no crescimento do consumo de vinho. Mas ainda estamos em ínfimos 2 litros per/capita ano, enquanto em Portugal o consumo é de 54 litros por pessoa/ano e a pequena Suíça, 40 litros.

 

Vaner Benetti

Sommelier FISAR

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