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Ramiro Guedes, radialista e imortal da ATL, ao prefaciar meu livro de contos “A primeira vez de Z.”, cunhou a expressão “biscoitos zarfeguianos”.

Estava inaugurado, assim, o adjetivo zarfeguiano.

O antropônimo Zarfeg, admitamos, soa forte, diferente e inusitado. O adjetivo zarfeguiano, felizmente, veio para imprimir mais suavidade e eufonia ao substantivo próprio.

Graças ao processo de derivação sufixal, adjetivos surgem o tempo todo a partir de nomes próprios, como é o caso de Zarfeg – zarfeguiano, Sartre – sartriano, Rosa – rosiano, e assim por diante.

Nem preciso dizer que é bom, muito bom, ver o nosso nome dar origem a outras palavras: adjetivos, verbos, advérbios, etc. Além de prestígio, isso denota que a língua está viva, vivíssima.

Outro dia, no Facebook, minha amiga virtual Arlilian Gonçalves me surpreendeu com esta pérola: "Quintane-se... poeme-se... zarfegue-se, e tudo fica mais bonito!”.

Mais que escrever uma frase, ela criara um verso belo em que, a um só tempo, conjugara os verbos “quintanar”, “poemar” e “zarfegar”. No imperativo afirmativo. E, de quebra, homenageara Mário Quintana, sua excelência o Poema e, claro, este poeta que vos fala.

Arlilian fez bonito, inovou e o degas aqui comemorou no mesmo instante, instantaneamente, feliz da vida, citando Djavan, que “caetaneou o que há de bom”, na canção “Sina”.

Ah, língua portuguesa, inculta e bela, viva e surpreendente! Te amo, última flor, zarfeguianamente, agora e para sempre!

Por: Vida Diária / Almir Zarfeg

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