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Será que vida sexual saudável e aumento de produtividade no trabalho têm algum tipo de relação? Até que ponto o nível de satisfação sexual influencia no desempenho da função no trabalho? Pessoas mais produtivas possuem vida sexual satisfatória?

Creio que para responder pelo menos parte destas questões devemos considerar algumas outras. Pesquisas apontam que grande parte das pessoas, principalmente jovens, relacionam felicidade, bem-estar e qualidade de vida quando temos uma vida conjugal satisfatória; relacionam felicidade com o fato de estar com alguém.

Outra questão é a da satisfação sexual, o orgasmo. Já é mais do que comprovado que o orgasmo propicia vários benefícios para qualquer pessoa, ainda que seja através da masturbação. O orgasmo é um acontecimento que provoca toda uma transformação corporal, psíquica e hormonal no organismo do indivíduo em que neurotransmissores como a dopamina e a oxitocina são liberados, agindo diretamente no humor, na sensação de bem-estar e de felicidade.

Um famoso jornal americano, o “The American Journal of Cardiology” mostrou que os homens que mantêm relações sexuais duas vezes por semana têm 50% menos chance de ter um infarto se comparados com aqueles que têm relação sexual apenas uma vez ao mês.

Além disso, a diminuição da ansiedade e o aumento da sensação de bem-estar já são reações mais do que corroboradas por pesquisas nesta área. A psicóloga Carme Sánchez diz que a sensação de prazer, produzida pelo orgasmo, ativa o organismo como um todo, incluindo o cérebro. No caso das mulheres, por exemplo, a produção de oxitocina propicia uma intensa sensação de felicidade, favorece a diminuição do estresse. Além disso, o psicólogo Barry Komisaruk em sua obra “The Science of Orgasm”, afirma: “O orgasmo reduz imediatamente a dor menstrual e, em curto prazo, alivia a dor nas costas”.

É sabido que mulheres anorgásmicas estão sujeitas a vivenciarem dores na região pélvica, além de desenvolverem um grau de insatisfação pessoal, baixa autoestima, sentimentos de menos valia por não se sentirem satisfeitas sexualmente.

De acordo com “Keith Leavitt, especialista em comportamento e gestão organizacional da Universidade de Oregon, nos Estados Unidos, pessoas que têm pelo menos um orgasmo por dia se tornam mais propensos a realizarem suas tarefas, terem melhores resultados no trabalho e subir na carreira”. (http://veja.abril.com.br/saude/fazer-sexo-regularmente-aumenta-a-produtividade-revela-estudo/)

Não preciso ir muito mais além pra inferir que a sexualidade pode influenciar na capacidade produtiva das pessoas. Reais sentimentos de impotência ou incapacidade sexual, muitas vezes, são generalizados para outras áreas de forma inconsciente por um mecanismo muito conhecido entre os comportamentalistas - a generalização. Todos nós generalizamos determinados sentimentos como nossas frustrações, angústias, medos e inseguranças. Nossa autoestima, autoconfiança e satisfação pessoal estão estreitamente relacionadas com nosso desempenho no trabalho. Se questões sexuais são capazes de influir em nossa saúde física, psíquica e emocional ela também influenciará no nosso desempenho no trabalho.

A sexualidade integra um dos pilares de nossa qualidade de vida segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), portanto, não devemos tratá-la com tanta reserva e preconceito como nossa cultura ainda vem fazendo, mas, sim, valorizá-la e entendê-la como algo importante que alimenta e beneficia nosso corpo, gerando equilíbrio e satisfação em todas as áreas da nossa vida.

Até a próxima semana

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