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Uma das coisas mais complexas do processo de mudança é enxergar que se queremos uma mudança ela deve partir de nós mesmos. Mas por que isso é tão difícil? Quantas vezes você teve certeza de estar certo de uma coisa e um tempo depois você teve que reconhecer que não era bem assim? Quantas vezes você até percebeu que se enganou e nem conseguiu admitir e deixou por isso mesmo, sobrando apenas a sua consciência? Você já ouviu falar em paradigma? Você sabe o que é isso? 

Em um contexto mais estrito, paradigma é um modelo, uma percepção, um pressuposto ou um padrão de referência. Em um contexto mais amplo pode-se dizer que é a forma como vemos o mundo a nossa volta em termos de compreensão, de percepção, a forma como interpretamos o mundo. Se pararmos pra pensar no modo como vemos o mundo nos baseamos em duas categorias - o modo como as coisas são, e no modo como as coisas deveriam ser. Sem questionamento algum, interpretamos o mundo nos baseando em como ele é ou deveria ser. 

Mas como surge nossa percepção do mundo? Surge desde o nosso nascimento através de nossas experiências e vivências com familiares, com a escola, ambiente de trabalho, religião, amigos, nossa cultura que moldam nossos quadros de referências. Toda a influência exercida por estas experiências moldam nossos paradigmas e, com isso, nossas atitudes e comportamentos. Isso é tão real que pode ser observado constantemente nas relações interpessoais em que muitas vezes, um mesmo fato, pode ter versões diferentes. Uma experiência pode ser vivenciada de forma muito dolorosa para uma pessoa e não ser motivo de incômodo pra outra. 

Quantas vezes consideramos absurdo o ponto de vista de alguém e nunca paramos pra pensar como nosso ponto de vista impacta a vida de outra?  Quantas vezes uma pessoa ficou magoada com você sem que você soubesse ter feito alguma coisa para isso? Podemos pensar aqui que de fato, não vemos o mundo como ele é mas, sim, como nós somos. Vemos o mundo baseado no modo como fomos condicionados a vê-lo. Vemos o mundo através de nossa lente de aumento. Quantas vezes tentamos impor nosso ponto de vista como se este fosse o certo e o do outro o errado. Baseado em qual realidade julgamos algo como certo e errado? Por isso, é tão difícil entender certas pessoas, certas circunstâncias, porque elas fogem dos nossos padrões. 

Pensarmos em processo de mudança é pensarmos em mudança de nossa percepção, de nosso paradigma. Não basta a mudança de atitude ou de comportamento. Deve haver uma mudança na forma como percebemos o mundo. Por isso, muitas vezes ficamos parados em problemas, em circunstâncias que não conseguimos nos livrar ou modificar. Nunca pensamos que talvez se modificarmos nosso ponto de vista, nossa maneira de ver e perceber as coisas, tudo poderia ser diferente. Quantas vezes nos pegamos dizendo que um problema não tem solução? Quantas vezes não vemos uma luz no final do túnel e nos desesperamos por isso? 

Às vezes experimentamos situações de crise tão sérias que nos forçam a enxergar o mundo de outra forma. Experiências de quase morte, ou a perda de alguém muito importante, uma separação e tantas outras que vemos por aí. Mas não precisamos passar por situações desse tipo se quisermos empreender mudanças significativas em nossas vidas. Para isso, é necessária uma mudança em nossos paradigmas, em nossas raízes, não basta aparar arestas de comportamentos e atitudes. Novas formas e novos padrões podem ser conquistados e praticados. O que não podemos é ficar estagnados em ideias e princípios que acreditamos ser o certo. Mas ao contrário, é preciso reconhecer que outras formas de ver o mundo podem nos ajudar, e muito, a tornar nossa existência muito melhor e mais enriquecedora do que ela tem sido. Ter abertura para aceitar o novo, empatia para entender que existem outros pontos de vistas e sermos humildes para reconhecer que não há pontos de vistas melhores que outros fazem parte de uma postura propícia para mudanças significativas e duradouras. 

Até a próxima semana!

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