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“Ajudar as pessoas a superar as dificuldades, como eu mesma fiz”. É o que pretende a jovem Ellyse Pêpe Alves Matos, de 21 anos, com paralisia cerebral, moradora de Salvador, que escreveu uma autobiografia e faz uma campanha para poder publicar o livro. Os pais dela, Urbano e Itana Matos, abriram uma vaquinha virtual (acesse aqui) há cerca de um mês, com a meta de arrecadar R$ 100 mil até o dia 8 de novembro.

Ellyse foi diagnosticada com paralisia cerebral desde que nasceu, e com acompanhamento de profissionais de saúde, conseguiu superar os prognósticos de que não conseguiria andar e fazer atividades cotidianas, como comer sozinha. A jovem concluiu o Ensino Médio, se movimenta com auxílio de cadeira elétrica e andador e escreveu o próprio livro com auxílio de um computador que não precisou ser adaptado. As dificuldades motoras ainda existem e convivem com a dificuldade de aprendizado, a dislexia, mas ela supera com alegria, que contagia todos a sua volta.

“Ela é super alegre, tem muita empatia. Se você conversar com ela e disser que está com um problema, ela pede a Deus pelo seu problema. Ela tem um abraço e um sorriso que são a marca registrada dela”, conta o pai, Urbano Matos.

Ellyse nasceu com paralisia depois de a mãe, quando estava com sete meses de gestação, ter complicações na gravidez, após ter sofrido um acidente de carro. O pai conta que o veículo em que estava com a mulher e a sogra caiu no Rio Cipó, em Canavieiras, no interior da Bahia. Com um mês e meio de vida, Ellyse já começou o tratamento para reduzir os efeitos da paralisia cerebral. Ela teve acompanhamento médico, com fisioterapia, hidroterapia e fonoaudiologia.

Ano passado, quando ela terminou o Ensino Médio, decidiu escrever o livro para contar a história de superação. “Ela sempre foi muito criativa e a gente sempre procurou adaptar as coisas para o aprendizado dela. Eu consegui aplicativo para criar histórias, coisas curtas e pequenas. Nós já tínhamos sugerido que ela fizesse o livro. Ano passado, ela visitou uma amiga que tem dificuldades semelhantes a ela e a mãe dela sugeriu que ela fizesse um livro com a amiga. A amiga desistiu e ela decidiu continuar mesmo assim”, conta Urbano.

Na obra, que tem 160 páginas, Ellyse conta a trajetória e apresenta depoimentos de profissionais de saúde que colaboraram para a superação com o tratamento. Ellyse pretende fazer edições acessíveis do livro para pessoas com dificuldades de visão e ainda um audiobook, o que encarece o projeto. Até agora, o livro já ganhou a revisão feita por uma ex-professora de português, e parte da capa, que foi feita por um designer cobrando apenas 10% do valor de mercado.

Urbano disse que chegou a apresentar o projeto a algumas editoras, mas as empresas não teriam se interessado em fazer o formato de audiolivro e por isso a família decidiu tocar a proposta de maneira independente.  O pai de Ellyse defende que a obra da filha pode ajudar muita gente a compreender melhor o tratamento da paralisia cerebral.

Por: Vida Diária/G1 BA.

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