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O projeto Escolas Culturais de Teixeira de Freitas e o CETEP-ES levaram os estudantes da unidade e comunidade teixeirense a fazerem uma leitura diferenciada da história do município, que no último dia 9 de maio completou, apenas, 33 anos de emancipação política. No último dia, 10, quinta-feira entre rodas de conversa, danças de indígenas da etnia Pataxó, exposições fotográficas e palestras, o tema “Memórias e esquecimentos: a história de Teixeira de Freitas” revisitou a trajetória do lugar pela ótica dos índios e entes de comunidades quilombolas.

Comumente, a história do município é contada a partir de personagens apontados como “desbravadores”, todavia, “os processos sócio-históricos que envolvem Teixeira de Freitas, ultrapassam esses sujeitos e alcançam outros sujeitos históricos que, ao longo dos anos, foram soterrados nessa composição e narrativa habituais”, como aponta a coordenadora das Escolas Culturais de Teixeira de Freitas, Gislaine Romana.

 

A importância dessa nova ótica na abordagem fica evidente com a narrativa da jovem estudante Nathália Souza, 18 anos, que confessa que até muito pouco tempo “não sabia nada sobre as referências quilombolas e indígenas da região” Mas que “por meio da arte, da cultura e palestras”, pode conhecer melhor a história local e “nossa origem”. Ela classificou o evento, como um marco que permitiu “abrir a visão” para o que de fato é a cidade em que vive.

A compreensão da história local é importante também para a decodificação do contexto mundial, como observou o professor e palestrante Benedito Souza, da Universidade Estadual da Bahia (UNEB). Ele levou informações sobre o êxodo rural ocorrido na região a partir da década de 60 e destacou que é interessante “os alunos terem esse conhecimento dos aspectos que levam os moradores da zona rural se mudarem para as cidades a procura de uma vida melhor”, para que, por exemplo, entendam com mais facilidade “a fuga dos sírios para a Europa. É o conhecimento de si para compreender o todo”.

 

O diretor da unidade, Petrônio Bonfim, ressaltou que esse formato de evento, com o objetivo de apresentar aos estudantes a importância dos povos e os reflexos culturais, seguem os princípios das Escolas Culturais e é esclarecedor, do ponto de vista que “por muito tempo espalharam uma conversa que Teixeira de Freitas não possuía história, porque era formada por forasteiros”. Mas  ao contrário, “tem uma rica história de com uma grande influência de negros e indígenas”.

As Escolas Culturais pretendem dinamizar a cultura nos territórios de identidade, incentivando o uso da própria escola como equipamento cultural e de interação social, sempre dialogando com o audiovisual, música, dança, artes literárias… “É um ambiente de troca de saberes da escola, saberes populares e de fazedores de culturas das comunidades”, como explicou a coordenadora Gislaine Romana.

O projeto é desenvolvido transversalmente pelas secretarias de Cultura (Secult), da Educação e de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS) e Instituto de Ação Social pela Música (IASPM).

 

 Por: Vida Diária / Michele Ribeiro

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