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A brasileira Mariângela Batista Galvão Simão é a nova chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o acesso a remédios e vacinas, um dos cargos de maior influência dentro da entidade internacional. Mariângela terá como missão desenhar e implementar a estratégia da OMS para garantir que remédios possam chegar aos mais necessitados, um dos grandes obstáculos hoje nos sistemas de saúde pelo mundo.

Mariângela foi a diretora do Programa Nacional contra a Aids no Brasil e, no cenário internacional, passou a ser referência no que se refere ao trabalho de consolidar o acesso a tratamento. Antes de sua nomeação, ela era funcionária da UNAids, programa da Organização das Nações Unidas (ONU) para o combate à aids. Oficialmente, seu cargo agora é de diretora-geral assistente da OMS.

Parte da escolha por Mariângela também foi política. Em maio, a entidade passou a ser comandada pelo etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus que, em uma eleição concorrida, contou com o apoio ativo do Brasil. Na época do pleito, uma das promessas de Tedros à delegação brasileira era de que sua gestão seria composta por pelo menos um nome de peso do Brasil. A escolhida, então, foi Mariângela. Em sua equipe, Tedros ainda fez questão de escolher 60% de mulheres para os postos mais importantes.

A brasileira terá um desafio grande pela frente. No campo de vacinas, terá de garantir o desenvolvimento de produtos novos para combater doenças como zika, Ebola e outras pandemias. Também terá de coordenar o abastecimento de vacinas para febre amarela.

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Tedros, há poucas semanas, deixou claro que o acesso a remédios é um "tema político" e que, portanto, uma solução para garantir que todos possam ter os produtos passa acima de tudo por um entendimento político. Até 2030, a ONU quer acabar com a epidemia de aids, tuberculose, malária e doenças tropicais, além de combater a hepatite e outras doenças transmissíveis. Para isso, porém, a OMS sabe que terá de colocar governos, empresas e o setor de saúde em uma mesma estratégia.

Um dos debates mais fortes se refere aos preços de remédios, especialmente para o combate à aids, uma luta que a brasileira já enfrenta desde seu cargo no Ministério da Saúde, em Brasília.

Foi justamente a experiência brasileira de distribuir remédios aos pacientes de HIV que levou a comunidade internacional a adotar a mesma estratégia. Hoje, a UNAids estima que cerca de 53% das pessoas vivendo com o vírus HIV no mundo - 19,5 milhões - tenham acesso a terapias antirretrovirais. Em 2010, esse número era de apenas 7,7 milhões.

O aumento do número de pessoas com acesso foi, segundo os especialistas, o que garantiu um avanço também no combate à aids. No ano passado, foram 1,8 milhão de novos casos. Em 2010, o volume havia sido de 1,9 milhão, mesmo com uma população global menor. No que se refere às crianças, a taxa de novos afetados caiu em 47%.

O número de mortes também sofreu uma queda importante, passando de 1,5 milhão em 2010 para 1 milhão em 2016. Na América Latina, o número de pessoas que morreram em decorrência da aids também caiu, mas em uma taxa menor. Foram 36 mil mortes em 2016, 12% abaixo de 2010. No mundo, o número total de pessoas vivendo com aids a chegou a 36,7 milhões no final do ano passado. Em 2000, esse total era de 27,7 milhões.

Por Vida Diária: Andressa Lima/Estadão.

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