:: Vida Diária :: Jornalismo que completa o seu dia!

Teixeira de Freitas: A reunião ordinária do Conselho Municipal de Saúde foi realizada na Câmara de Vereadores na noite desta terça-feira (02). Foram discutidas algumas pautas como: rescisão do contrato com o Instituto Provida; conferência da saúde da mulher; SISPACTO 2017 (sistema online utilizado para o registro da pactuação de Diretrizes, Objetivos, Metas e Indicadores de Saúde);  possível convênio com o Lar dos Idosos, já que Tadeu Mageste, presidente da entidade, afirmou necessitar de profissionais na área da saúde; e mutirão de cirurgias eletivas. A discussão sobre o relatório de gestão foi suspensa, já que o secretário de Saúde, José Archângelo Depizzol, não esteve presente.

A equipe do Vida Diária, que vem acompanhando de perto os problemas da saúde do município, entrevistou o presidente do Conselho, José Félix dos Reis Filho, que falou sobre o  contrato de terceirização de parte do setor da Saúde de Teixeira de Freitas.  “O município vem desrespeitando o Conselho. Da mesma forma que a imprensa foi tomada de surpresa sobre a contratação da S3 Estratégia e Soluções, nós também fomos, infelizmente”, disse.

Sobre a ausência do secretário de Saúde nas últimas reuniões, o presidente explicou que “ele não tem participado, justificando que tem outras atividades neste dia, e nós como Conselho, não iremos deliberar por troca de regimento quanto à data, por única e exclusiva necessidade dele, então manteremos a data de sempre. Ele, até então, não indicou ninguém para representá-lo. O Conselho, por ser um órgão deliberativo e permanente na questão do trato com a Saúde, não pode protelar algumas questões.” José Félix completou dizendo que “o secretário tem, por obrigação, tentar facilitar e agilizar as demandas, por que a Saúde não espera, e da forma que estão agindo, fica difícil o Conselho resolver os problemas da Saúde da cidade”.

O Vida Diária participou da reunião anterior, na qual foi aprovado, por unanimidade, que o Conselho não iria mais aceitar a empresa terceirizada para gerir parte da Saúde do município (UPA 24 horas, UMMI e Hospital Municipal). Sobre isso, o presidente enfatizou que mantém a palavra, “essa é uma resolução numero 01 do Conselho. Já assinei, inclusive. Falta a assinatura do Secretário, sendo essa uma situação que é uma determinação do próprio Ministério da Saúde, Conselho Estadual e Conselho Nacional de Saúde de que seja evitada a terceirização, pois fere os princípios do SUS, e que o Município assuma essa responsabilidade”.

O presidente salientou também que estão contrariando as recomendações do Ministério Público Estadual. Houve uma orientação para rompimento de contrato com o Instituto Provida e que o município assumisse todas as unidades de saúde. “Por isso, iremos pedir explicação ao MP, porque o município acatou o cancelamento do contrato, mas também contrariou a determinação, indicando essa nova empresa, e nem licitação foi feita para gerir as unidades”.

José Félix disse também que essa decisão, de contratar uma nova empresa, foi unilateral, já que não foram consultados alguns órgãos como o Conselho Municipal de Saúde, a Câmara de Vereadores, tão pouco o Ministério Público. “Não podemos nem opinar, já que não temos conhecimento de como essa empresa é gerida, quem são os seus membros, não sabemos nada”.

Foi marcada uma reunião extraordinária para o dia 15 de maio, na sede do Sintrexbem, com a presença do secretário. “O Conselho Municipal vai fazer aquilo que é de sua prerrogativa, buscar informações, e de posse dessas, iremos provocar o MP para tomar pé dessa situação. E nesta reunião, precisamos que o secretário esclareça e resolva lacunas que só ele poderá falar e assim deliberarmos questões relevantes para o município. A gestão precisa se posicionar”, conclui o presidente.

Um dos conselheiros disse que estão tentando ajudar a administração, sugerindo, identificando erros e apontando soluções. “Todas tentativas frustradas de diálogo. Não restou alternativa, a não ser representação junto ao MP e MPF (Ministério Público Federal). Em reunião com o Prefeito, ficou claro que a proposta de solução, por parte da gestão, não se baseia em critérios técnicos e não viabiliza resolver, nem ao menos minimizar, os danos. A saída é, por meio de planejamento participativo, respeitando as instâncias deliberativas, do controle social, com equipe qualificada, ouvindo os atores envolvidos na construção”, destacou Ailton, agente de saúde e Conselheir o Municipal.

O presidente foi além, disse que uma vez contrariadas as decisões do Conselho, naturalmente estarão contrariando a lei. “Por isso temos que comunicar a quem é de direito, primeiro o Conselho Estadual de Saúde e podemos também recorrer ao Conselho Federal, Ministério Público Estadual quanto Federal. Assim faremos, caso o Conselho Municipal continue sendo desrespeitado, deixamos claro para a sociedade, que estamos fazendo nossa parte. Todas as denúncias recebidas estão criando relatórios, através de visitas, para apurarmos de perto, e documentamos e protocolamos no Ministério Público Estadual e Federal”, finaliza o presidente.

 

Por: Vida Diária/Mirian Ferreira

 

AVISO: O conteúdo de cada comentário é de única e exclusiva responsabilidade do autor da mensagem.

Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notácia, democrática e respeitosamente. Para utilizá-lo, você deve estar logado no Facebook. Comentários anônimos (perfis falsos ou não) ou que firam leis, princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas podem ser excluídos caso haja denúncia ou sejam detectados pelo site. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, entre outros, podem ser excluídos sem prévio aviso. Caso haja necessidade, também impediremos de comentar novamente neste site os perfis que tiveram comentários excluídos por qualquer motivo. Comentários com links serão sumariamente excluídos.