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Hoje o bate papo é com as mulheres. Pega a caneca de chá, se enrola no cobertor e senta aqui, do meu lado, em volta dessa fogueira.

Ontem, vivi uma experiência em um grupo com mulheres que já há algum tempo, fazem parte da minha caminhada, e algumas que foram chegando depois, e que considero como presentes nessa jornada de vida, autocuidado, autoconhecimento, sororidade, amizade, manutenção dos afetos e ouso dizer, talvez no auge do meu romantismo incurável, a família que construímos na falta das nossas próprias, seja pela morte que levou muita gente que de alguma forma queríamos que estivessem aqui, seja, pela vida que também nos leva uns dos outros à todo tempo. Ah! Antes que eu esqueça, nesse grupo, tem um homem em gênero, mas de alma tão afinada com a consciência feminina que enxergo nele uma fêmea, se não em gênero, mas certamente em arte, em profundidade, em emoção.

Neste círculo mergulhado na atmosfera feminina, a reflexão e a fala giraram em torno do tema família, e por conseguinte, das mães. Com o desenrolar do encontro e do pós encontro, me coloquei a pensar em como essa relação com mãe para nós mulheres é de extrema importância para uma vida emocional e psíquica saudável.

Antes da própria vida, nós habitamos o útero da nossa mãe e essa condição nos conecta de uma maneira que nós não nos conectamos a ninguém mais no mundo e é essa mesma conexão, que nós, mulheres, só viveremos algo na mesma intensidade, com a nossa própria cria.

Então, é dentro dessa relação tão rica, profunda, íntima e, às vezes, tão difícil, que a gente se machuca, sai do nosso lugar de filha, se mete na vida da mãe, julga, critica, muitas das vezes queremos nos tornar mães das nossas mães, por que nós nos consideramos mais sabidas, e de certo, elas não conseguem cuidar direito delas mesmas, e assim entramos num ciclo sem fim de julgamentos, conflitos, mágoas, raiva, distanciamento que geram cada vez mais frustração e distanciamento da mãe que queremos ter, da relação com a mãe que idealizamos viver.

E quanto mais nós temos\tivemos dificuldades com a nossa mãe, quanto mais a criticamos, quanto mais nos sentimos em algum momento ferida por ela, rejeitada, castrada, e também pelas mulheres da nossa família, mais chances de ter dificuldade nas relações com outras mulheres vida a fora. Mais essas outras mulheres serão difíceis para nós, nos machucarão, nos rejeitarão, por que nós já trazemos essa postura.

Então, quase sempre, curar nossas relações e curar o nosso feminino, passa por curar essa relação com nossa primeira morada, primeiro amor, e também com as nossas primeiras experiências frustrantes, castradoras e porque não, cruéis?!

Portanto, se está difícil viver suas relações, avalie como você vive a relação com sua mãe e se permita cura-la se preciso for. Se permita re-significar o ser mãe e ser filha.

 

Rafhaelli Aparecida Cao

Psicóloga CRP 03\19129

Bacharel em Psicologia (Pitágoras)

Pós-graduanda em: Psicologia Sexual (FDA)

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