Teixeira de Freitas: A Campanha da Fraternidade desse ano “Fraternidade e diálogo: compromisso de amor”, é Ecumênica, foi elaborada junto com o Conselho Nacional das Igrejas Cristãs – CONIC e propõe uma reflexão sobre feminicídio, população indígena e LGBTQI+, todas alvo de violência crescente nos últimos anos.  Grupos católicos radicais de ultradireita identificam as pautas de defesa dessas minorias como ideologia de esquerda e vem promovendo um virulento ataque contra a igreja católica no geral e contra a CNBB no particular.

Interessante analisar que estão conseguindo polarizar a igreja com questões que não são teológicas uma vez que Jesus Cristo não discriminava as minorias de sua época, tocava e curava leprosos, sentou à mesa com pecadores, salvou a adúltera do apedrejamento, pediu água a Samaritana considerada impura  pelos fariseus, atendeu pedido do centurião opressor e no final salvou um ladrão.  

O ponto de vista dos ultrarradicais que estão atacando a Igreja Católica são idênticos aos dos Fariseus no tempo de Jesus que seguiam, aplicavam e exigiam que a lei fosse cumprida a qualquer custo e que os judeus ficassem longe de todos aqueles que eles rotulavam como "impuros". Esquecem que Cristo os chamou de hipócritas e sepulcros caiados. Mateus 23,1-36.

Importante é identificar o que realmente está por traz da polêmica da Campanha da Fraternidade e não é a preocupação com os sacramentos, com a sã doutrina e com o magistério da igreja. A causa motriz do ataque à CNBB e a igreja católica com fakenews, distorção do debate da campanha e argumentos falaciosos. É a maldita polarização política que o país vive hoje.

Direitos humanos e defesa das minorias e do meio ambiente é considerada pauta de esquerda e todos os que a defendem são imediatamente taxados de “comunistas”, até o Papa Francisco tem sofrido ataques nesse sentido. A direita radical não admite que qualquer discussão nesse sentindo ainda que o número de feminicídios e assassinatos de LGBTQI+, esteja crescendo muito nos últimos anos.

Fica fácil entender porque tantos católicos estão enfurecidos atacando a igreja, o país se encontra politicamente polarizado e a próxima eleição presidencial já está deixando o eleitor de direita em pé de guerra, pois no instante que passam a olhar a campanha pelo viés político, com preconceitos individuais aflorados vem grupos radicais vendendo ao católico de boa fé a ideia de que a fé católica está a perigo e incitam o ataque à igreja.

Mas o importante é que a discussão está posta e este é o objetivo da Campanha da Fraternidade 2021: abrir o diálogo, discutir as diferenças e propor a reflexão em torno do fato de que todos, sem exceção, têm direito a vida.

 

Por: Vida Diária/Antônio Ferreira Neto

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