Moradores de Nova Lídice, distrito de Medeiros Neto, manifestaram preocupação ao documentar a coloração esverdeada das águas e a presença de vários peixes mortos no Rio Itanhém, principal fonte hídrica que abastece as cidades de Medeiros Neto e Teixeira de Freitas. O primeiro alerta surgiu através de vídeos compartilhados na terça-feira (20) pelo presidente da Câmara de Medeiros Neto, vereador Pintão, em sua rede social.

Pintão citou a possibilidade de contaminação devido ao uso de agrotóxicos nas extensas lavouras da bacia hidrográfica, que incluem cultivos de cana-de-açúcar, café, mamão e melancia. Em sua postagem, ele solicita uma visita técnica da Secretaria de Meio Ambiente do município para investigar a situação, alertando sobre os riscos não apenas para a fauna aquática, mas para toda a população que depende da água do rio.

Diante da denúncia, as autoridades locais tomaram medidas imediatas. A Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Medeiros Neto emitiu uma nota em resposta, mencionando que a situação abrange a área de Nova Lídice a Medeiros Neto. Equipes da Empresa Baiana de Água e Saneamento (EMBASA), em colaboração com o órgão ambiental local (INEMA), foram mobilizadas para investigar o problema e coletar amostras, identificando a causa da contaminação.

 Conversamos com Marcos Lemos, chefe de comunicação da Usina Santa Maria, o maior produtor de cana da região. Ele garantiu que a usina não teve participação na contaminação do rio mas está fornecendo apoio total às equipes de investigação. Enfatizou o comprometimento da empresa em esclarecer o que levou à morte dos peixes.

O professor de geografia, Isaías Santana, contribuiu para a compreensão do cenário, explicando que a coloração da água pode ser atribuída ao calor extremo e à seca na região, propiciando o surgimento de algas nos leitos dos rios. A redução do oxigênio, decorrente das altas temperaturas, também é apontada como um fator prejudicial para a morte dos peixes.

Apesar dos esforços para obter esclarecimentos da Embasa em Teixeira de Freitas, não conseguimos contato. O número disponível no endereço da empresa não atendeu ou é atendido por outra pessoa. O desdobramento dessa situação requer urgência e colaboração de diversas entidades para garantir a segurança da população e a preservação do Rio Itanhém.

Por: Vida Diária/ BES