Teixeira de Freitas, 25 de agosto: A equipe do Vida Diária esteve presente na manhã desta sexta-feira (24), na Praça da Prefeitura Municipal de Teixeira de Freitas, acompanhando a mobilização de diversos membros de vários órgãos e entidades em prol do Dia D da campanha do Agosto Lilás, período este de referência ao combate à violência contra a mulher.

 

Para Gine Kinjyo, advogada e assessora jurídica voluntária do COMDDIM (Conselho Municipal dos Direitos da Mulher), “o Agosto Lilás é um mês de referência de prevenção à violência contra a mulher e também por ser o mês da Lei Maria da Penha, pois no último dia 07 de agosto a lei completou 12 anos. Então, a secretaria de política para as mulheres da Bahia e de outros estados têm feito esse ativismo em defesa da mulher neste período. Para esta campanha, nós nos juntamos ao CRAM (Centro de Referência de Atendimento à Mulher), ao Conselho da Mulher e à Secretaria de Assistência Social, e criamos uma programação neste mês, com distribuição dos lacinhos lilás, que é a cor da causa, nas escolas, nas entidades e nos órgãos, tentando provocar uma reflexão na comunidade acerca dos altos índices de violência contra a mulher no Brasil e, principalmente, na nossa região”.

 

De acordo com a assessora do COMDDIM, dados dos últimos anos, em Teixeira de Freitas, têm preocupado muito, “em 2017, tivemos mais de 490 procedimentos de casos de violência contra a mulher só na cidade (fora os acontecimentos ocultos), sendo que em 2018 já se passou 50% desse índice, ou seja, os números continuam absurdamente altos. Precisamos dizer um Não à violência, porque a mulher que é vitima de violência não sofre transtornos só de ordem psicológica, mas também desenvolve doenças, como depressão, síndrome do pânico, ansiedade e ela, muitas vezes, também fica afastada da sociedade devido às lesões agressivas”, relatou Gine.

Com isso, ela avisa a toda a população: “neste momento estamos aqui congregando várias entidades, porque queremos neste Dia D, que é uma caminhada pela defesa da mulher e do enfrentamento à violência, dizer que nós não aceitamos mais esses índices de violência. O nosso intuito é dizer para a sociedade que somos uma democracia, um país livre e não podemos mais conviver com essa realidade nefasta, que é a violência contra a mulher. O Brasil é um dos piores países para a mulher nascer, portanto, a nossa pergunta é: como um país tão acolhedor tem maltratado cerca de 52% da sua população? Queremos andar nas ruas sem ser assediadas e estupradas, queremos trabalhar e ter o mesmo salário do que os homens, e muitas outras lutas”.

 

As empresas e a população em geral também podem ajudar e apoiar esta luta, a qual é de todos, é necessário mudar significativamente esse quadro vergonhoso do nosso país. Se você souber de algum caso de mulher que sofre violência, disque o 180, você não precisa se identificar, vai cair diretamente na Delegacia da Mulher (DEAM), essa denúncia e lá vai ser instaurado um procedimento de investigação dessa situação de violência, ou disque 100 também.

 

Busque também o apoio dos órgãos, o CRAM e o Conselho da Mulher, a qual se reúne toda segunda quinta-feira do mês, de 08h às 10h da manhã. “Estamos aqui para acolher e defender todas as mulheres!”, finalizou a advogada.

 

Ao som de Marcelo Calazans, a caminhada foi finalizada na Praça da Bíblia, onde foi distribuída os lacinhos lilás, e contou com as presenças do secretário de assistência social, Gilberto Souza Santos, e da delegada  titular do DEAM (Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher), Vivianne  Amaral, além de várias entidades.

 

Por: Vida Diária / Mirian Ferreira e Robson Dias

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