A Campanha da Fraternidade deste ano traz como tema “Fraternidade e superação da violência” e o lema “Em Cristo somos todos irmãos (Mt 23,8)”. Entre as várias formas de violência a ser combatida está a violência juvenil. O caminho, segundo o padre salesiano Edson Donizetti Castilho, reitor do Santuário Dom Bosco, em Lorena (SP), está na educação.
Os dados referentes a essa realidade não são animadores. No Brasil, entre 2005 e 2015 foram mais de 318 mil assassinatos contra pessoas jovens; só em 2015, foram 31.264 homicídios de pessoas com idade entre 15 e 29 anos segundo o Atlas da Violência 2017, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
“Esta proposta da Igreja para que possamos refletir sobre a questão da violência durante a Quaresma é muito importante”, afirma padre Edson. Para ele, a disseminação da “indústria” que fomenta o uso de drogas, bebidas ou armas de fogo é tão ou mais organizada do que se pode imaginar. “Jesus, no Evangelho, diz que os filhos das trevas são mais inteligentes e bem articulados do que aqueles que querem propor a paz. É triste ver que nossa juventude é tão maltratada desta forma”, disse.
Mestre e doutor em educação, padre Edson não tem dúvidas de que a educação é fundamental para que esses jovens não se tornem estatísticas no Atlas da Violência e de outros índices.
Para ratificar isso, o sacerdote se recorda de um encontro que teve com o argentino Adolfo Pérez Esquivel, arquiteto, escultor e ativista de direitos humanos, que conquistou o Nobel da Paz de 1980. “Ele foi preso político e torturado e perguntei a ele: ‘são muitas as pessoas que entendem que as transformações sociais que desejamos passam pela luta armada, pela revolução, pela guerra civil. O senhor é partidário desta perspectiva?’. Ele respondeu simplesmente e claro: ‘não, experimentei na pele a violência e não quero para ninguém isso’. E aí a pergunta: ‘qual seria o caminho?’. E ele respondeu: ‘o caminho para as transformações que tanto desejamos e precisamos é a educação’”, recordou.
Por: Vida Diária/Canção Nova
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