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A Delegacia Especial de Atendimento à Mulher de Teixeira de Freitas (DEAM), recebeu a nova delegada titular Vivianne Scofield Amaral no dia 17 de fevereiro. Ela está há 13 anos na carreira da Polícia Civil. Ela iniciou no sertão da Bahia, na cidade de Boquira, sendo delegada titular. Depois recebeu um convite para ir trabalhar no extremo sul baiano, em Porto Seguro, onde os dados sobre a violência contra a mulher assustavam e ficou durante dois anos como delegada plantonista. Devido ao excelente trabalho desempenhado, foi convidada para assumir a titularidade da Delegacia da Mulher daquela cidade, onde ficou 9 anos a frente do cargo. Esse ano, Vivianne aceitou mais um novo desafio: assumir a titularidade da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher de Teixeira de Freitas. Chegou trazendo reformas nas estruturas físicas do prédio da DEAM e novas formas de se trabalhar. Hoje conta com 4 viaturas e 6 investigadores de Polícia, antes eram apenas dois.



Onde ela chega, consegue fazer a diferença em seu trabalho, com um caráter profissional, se preocupa em estar sempre estabelecendo diálogo com a comunidade, mas, sobretudo, combatendo as formas de violência contra a mulher. A delegada entende que “a violência doméstica está incrustada no seio das famílias devido a nossa sociedade patriarcal”, mas, segundo ela, uma particularidade de Teixeira é o grande número de prisões de homens trabalhadores, sem passagens pela Polícia, porém criminosos por infringir a Lei Maria da Penha.


“Nós temos essa Lei hoje, para proteger as mulheres, porque o Brasil, infelizmente, é um país machista”, explica. Ela conta que a luta iniciou em 1983, quando Maria da Penha Maia Fernandes sofreu duas tentativas de homicídio praticadas pelo seu companheiro, Marco Antônio Heredias Viveros, que não foi punido, inicialmente, pela violência. Após esse fato de impunidade com a Maria, o Brasil foi denunciado à Organização dos Estados Americanos que condenou o país, em 2002, por impunidade e tolerância com a violência doméstica contra as mulheres. A partir daí, “o Brasil então, foi obrigado a promulgar essa Lei para proteger as mulheres da violência doméstica”, conta a delegada.

Teixeira é uma cidade violenta contra as mulheres. Nos três primeiros meses de 2017 já tem quase 300 ocorrências e 100 inquéritos instaurados. Um caso famoso na mídia, esse ano, foi o da prisão do Cássio dos Anjos Batista, numa operação denominada “Anjo Mau”, que ocorreu no último dia 24 de março, no terminal de Carapina (ES).

Cássio foi acusado de tentativa de homicídio contra Larisse dos Santos Costa, em 4 de dezembro de 2016. De acordo com a vítima, eles se conheceram através de redes sociais e viajaram juntos. Na volta, ela se negou a manter relações sexuais com ele, e Cássio, então, teria a agredido com um facão. A vítima se fingiu de morta e ele, então, a abandonou. Após denúncias, a Polícia descobriu que ele se escondia em Serra, Espírito Santo, e, com a ajuda da Polícia capixaba, conseguiram cumprir o mandado de prisão. O criminoso tem um histórico de violência contra as mulheres. Outras denúncias apareceram contra o Cássio, inclusive uma de que ele teria matado o próprio tio em 2014.

Mas essa não foi à única prisão. E as mulheres podem esperar, com os novos membros da equipe da DEAM, mais agilidade na conclusão dos trabalhos. Com uma equipe maior, a delegada diz que a mulher vítima de violência poderá ter inquéritos instaurados de forma mais rápida. “Viemos para somar ao excelente trabalho já realizado pela Dra. Kátia Cielber e pela Dra. Andressa na DEAM”, ressaltou Vivianne. Ela ainda informou que qualquer pessoa pode denunciar a violência doméstica, vizinhos e parentes, inclusive, pelo 180, que a identidade será mantida sob sigilo. Sobre a medida protetiva, ela explicou que é deferida para os casos de violência doméstica ou familiar.

 

Por: Vida Diária/Mirian Ferreira/Petrina Nunes

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