Teixeira de Freitas: Foi uma semana e tanto, seis dias (de 17 a 22 de julho) de música, correria, agitação e corações acelerados. Teixeira de Freitas mais uma vez se tornou a capital da música erudita no estado. O 5º Encontro de Cordas do Instituto de Cultura, Educação e Desenvolvimento - ICED chegou ao fim, mas as experiências e os ensinamentos estão eternizados na memória e nos sentimentos dos cerca de 300 meninos e meninas inscritos. A edição 2017, com o tema “Do Erudito ao Tropicalismo” foi um sucesso de público e de crítica.
O Encontro de Cordas é um projeto dentro dos programas de ações do ICED com a finalidade de criar oportunidades para a formação e atuação dos jovens músicos, futuros profissionais, que encontram um espaço propício para vivenciar performances. O projeto tem apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura da Bahia. Assim como os tropicalistas deram um histórico passo à frente no meio musical brasileiro, sintonizando a eletricidade com as informações da vanguarda erudita, o 5º Encontro foi um momento de progresso na vida dos alunos participantes.
Em entrevista ao site Vida Diária, Nelson Pelegrino, Deputado Federal (PT) fala da emoção de estar em Teixeira de Freitas para prestigiar o evento. “Quando vejo um evento tão bonito como foi apresentado aqui nesse palco, tenho a imensa felicidade em ser político. Sinto a utilidade de ser político quando tenho a oportunidade de conhecer e apoiar um belíssimo trabalho, como esse. Parabenizo a todos os envolvidos e ao Maestro Orley, pois ele poderia estar em qualquer lugar do país, do mundo, e teria o reconhecimento por seu trabalho, mas escolheu, por amor, estar aqui em Teixeira de Freitas. E gostaria de fazer um apelo às autoridades da cidade, que não deixem de apoiar e incentivar esse projeto, afinal, essas crianças serão os próximos artistas da região”. Finaliza.
Ainda em clima de vislumbre e emoção, a Deputada Estadual Maria Del Carmen (PT) não esconde suas lágrimas ao ver as apresentações. “Não dá para esconder a emoção, porque ver essas crianças e jovens se apresentando é de uma sensibilidade incrível, ainda mais por ter a oportunidade de acompanhar desde o início, um grupo pequeno de crianças, hoje, artistas. Temos que apoiar sempre e a população tem que entender a importância desse trabalho e abraçar o projeto”. Disse.
Muito antes da primeira aula, ou da primeira apresentação artística desta edição, muita gente já estava vivendo na emoção deste Encontro. Lá na África, em Maputo, a capital de Moçambique, jovens músicos do projeto Xiquitsi começaram a se preparar para audições. Na metade de junho, Jéssica, Mário e Florêncio souberam que estavam selecionados para vir ao Brasil e, entre outras coisas, participarem do Encontro de Cordas. Eles fizeram a viagem mais longa de suas vidas e chegaram radiantes. Na mesma época, os jovens músicos do “Ambiente Musical” do IASA, de Santa Cruz Cabrália, decidiram romper com qualquer obstáculo financeiro e fizeram o “Bistrô do Bem”, um jantar beneficente, que custeou as despesas de viagem da moçada, que curtiu muito os dias em Teixeira.
Esses são apenas alguns exemplos, afinal, essas crianças, adolescentes e jovens, diariamente se preparam, lapidam sua própria arte e vencem suas barreiras particulares para chegarem aos ensaios, aonde muitos chegam a pé depois de terem atravessado a cidade, literalmente, com seus instrumentos nas costas. Mas eles não reclamam, pelo contrário, comemoram cada novidade e celebram todos os aplausos merecidamente recebidos.
E foi desse jeito que muitos chegaram para o credenciamento na Igreja Batista Memorial (IBM) na manhã dia 17. A equipe de produção já estava “a mil”. Enquanto uns conferiam listas de inscrição, outros preparavam crachás, salas, instrumentos. Teve ainda a organização de casas, quartos de hotel, camas e colchões para abrigar os visitantes. Muitos professores vieram de fora, de Salvador, Paraguai, Portugal... Junto a isso, ainda havia a preparação para o 2º Colóquio Nacional de Educação Musical, que foi a parte acadêmica do Encontro. Uma loucura saudável, capaz de cansar e reenergizar quem se envolveu. Passada a etapa inicial, começaram as aulas, “Master Class”.
Também na quinta-feira, começava no Campus X da Universidade do Estado da Bahia – UNEB, o 2º Colóquio Nacional de Educação Musical com o tema “A influência de Movimentos Musicais na Produção Musical Brasileira como recurso didático no Ensino de Música”. Durante dois dias, palestras e discussões orientadas pelo Prof Me Alexandre Vargas, da FUNCEB; Profa Me Liliane Fernandes, UNEB; Maestro Orley Silva, ICED e Profa Dra Simone Braga, UEFS; e também intervenções artísticas. “Um momento relevante que se propôs a oferecer música de qualidade e espaço para aprendizagem e reflexão acerca do tropicalismo, movimento que impactou o cenário da produção artística brasileira”, como considerou a mestra Liliane Fernandes.
A edição 2018 já está sendo planejada e essa “onda do bem” não pode acabar. Afinal, o Encontro de Cordas é um gerador de conhecimento, um fortalecedor cultural e uma ferramenta de potencial turístico. Para cada dia, uma aventura com centenas de personagens.
Por Vida Diária: Andressa Lima/ Mírian Ferreira/ Decom.
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