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Qual o desfecho de uma experiência de abuso precoce? O que faz com que homens e mulheres se embreiem em comportamentos tão abusivos contra crianças podendo ser até seus próprios filhos? O objetivo deste artigo é mostrar como os casos de pedofilia estão associados com abuso ou violência sexual na infância.

Todas as vezes que ouvimos em jornais na TV, nas redes sociais ou em qualquer meio de comunicação a respeito de abuso infantil, pedofilia, o que sobra pra nós é uma raiva incomum que sentimos daquele capaz de praticar um ato tão violento e intolerável como este. Outro dia vi postado em meu facebook uma bebê se sete meses que morreu com hemorragia interna porque seu avô abusou sexualmente dela. Ele negou obviamente, mas logo após exame de corpo de delito constatou-se que além de seu ânus estar dilacerado havia material seminal no interior do corpo. Revoltante é pouco o que senti quando li esta matéria.

Por outro lado, enquanto profissional da saúde estou sujeita a receber em meu consultório casos assim, embora não seja comum. De um modo geral são casos mais psiquiátricos porque são poucos que, por conta própria, buscam ajuda por reconhecerem que estão errados. Longe em querer justificar um comportamento tão perverso como este, o que quero aqui é reconhecer que há uma base não só emocional mas também neurobiológica que sustenta este comportamento imperdoável.

Não são poucas as pesquisas que mostram que o abuso na infância está diretamente ligado a vários transtornos e sintomas posteriores como a depressão, ansiedade, abuso de drogas, suicídio, esquizofrenia, sensação de desesperança, promiscuidade e delinquência. Diante disso, não há como negar que a dimensão do problema do abuso vai muito além das doenças sexualmente transmissíveis e até mesmo da gravidez inoportuna, mas possui muito mais consequências mentais irreversíveis a longo prazo.

Pesquisas dos últimos 20 anos nos mostram que há um número significativo de histórias de abuso sexual na infância em casos de indivíduos diagnosticados como pedófilos. Um dado interessante é que, mais importante que o abuso em sí, é a precocidade do abuso sexual vivido pela criança. Isto estaria associado a incapacidade de elaboração e entendimento da experiência, ou seja, quanto mais cedo maior a probabilidade de desenvolver a pedofilia. Além disso, as pesquisas mostram que as experiências de violência sexual causam alterações do funcionamento psicológico e estruturais no cérebro.

Isso significa que modificações neuroquímicas que acontecem a partir do trauma são modificações funcionais e as de natureza estrutural são demonstradas a partir da neuroimagem. As modificações vão desde altas taxas de concentração de hormônios na urina até a alteração de partes cerebrais como o sistema Límbico e as amigdalas por exemplo, após repetidas exposições ao trauma de violência sexual em fase muito precoce da infância. 

Desse modo há uma relação estreita entre pedofilia e experiência de abuso sexual na infância.  Além dos aspectos emocionais e psicológicos envolvidos há também fatores de modificação da estrutura cerebral, fazendo com que estas pessoas abusadoras não sejam apenas repetidores de suas histórias de abuso mas refletem um dano muito maior sofrido pelo abusador quando criança.  

Acredito que a continuidade e o aprofundamento destas pesquisas, bem como os dados encontrados são de extrema importância não para resolver o problema daqueles que são diagnosticados pedófilos mas sim no que se refere a prevenção, no sentido do que pode ser feito por estas crianças.

Até a próxima semana

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