Após uma longa sessão, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) decidiu, já na madrugada de sábado, negar a Luiz Inácio Lula da Silva o direito de concorrer novamente à presidência da República, com base na Lei da Ficha Limpa, que veta como candidatos condenados por corrupção em segunda instância. Preso desde abril em Curitiba, Lula foi sentenciado a 12 anos e um mês de prisão, no âmbito da Operação Lava Jato, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
Por 6 votos a um — o ministro Edson Fachin saiu do script esperado sendo o único a dizer que o Brasil deveria seguir a decisão do Comitê de Direitos Humanos da ONU a favor de Lula—, o TSE também deu um prazo para que o PT substitua em até dez dias o nome do petista, líder em todas as pesquisas de opinião, como candidato a presidente.
Até que essa substituição seja feita, o partido fica proibido de fazer atos de campanha citando Lula como postulante e também não poderá exibi-lo desta maneira no horário eleitoral gratuito de TV, que começa a ser transmitido em blocos diários neste sábado.
Nos últimos minutos do julgamento, o PT mostrou já ter um plano B na manga e o advogado do partido, Luiz Fernando Pereira, pediu permissão para dizer que a legenda já tinha preparado um material sem Lula, apenas com o vice Fernando Haddad, que gostaria de enviar às TVs. Diante do fato novo, os ministros do TSE se reuniram para debater a possibilidade e, no final, decidiram permitir a solução.
A jogada do PT é uma pequena vitória tática, já que tira algo da pressão sobre a pergunta que paira sobre a legenda: quando a sigla vai registrar Haddad como cabeça da chapa? Oficialmente, o partido diz que vai insistir nos recursos legais a que Lula tem direito. A defesa fala de entrar no próprio TSE, no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Supremo Tribunal Federal (STF). O partido divulgou uma dura nota contra a decisão.
O problema é se a insistência na via legal acabar por tirar tempo de exposição de Haddad. É isso que a sigla deseja evitar a todo custo, e para isso insistiu para não perder o programa de estreia e citou até o caso de Eduardo Campos (PSB), morto em plena campanha em 2014. Com a resolução, Lula poderá, como apoiador, ocupar até 25% do tempo do PT na propaganda gratuita.
Por: Vida Diária / El País
Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notácia, democrática e respeitosamente. Para utilizá-lo, você deve estar logado no Facebook. Comentários anônimos (perfis falsos ou não) ou que firam leis, princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas podem ser excluídos caso haja denúncia ou sejam detectados pelo site. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, entre outros, podem ser excluídos sem prévio aviso. Caso haja necessidade, também impediremos de comentar novamente neste site os perfis que tiveram comentários excluídos por qualquer motivo. Comentários com links serão sumariamente excluídos.