As dessemelhanças no mercado de trabalho entre homens e mulheres se acentuaram ainda mais em 2021. O desemprego que já era maior entre elas do que entre eles, ampliou essa diferença. Ou seja, em 2021, além da taxa de desocupação feminina (24.7%) superar o percentual do grupo masculino (15,5%), houve aumento na diferença entre as taxas correspondentes.

No ano de 2020, essa distinção era de 7,0 pontos percentuais em favor dos homens. Em 2021, por sua vez, essa disparidade chegou a 9,2 pontos percentuais. Para o total do estado, a taxa de desocupação correspondeu a 19,4% no último ano. Os dados são da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI).

Na Bahia, os trabalhadores domésticos são majoritariamente mulheres. Em 2021, 299 mil mulheres exerceram essa ocupação, equivalente a 92,0% do conjunto de trabalhadores domésticos. Houve uma inclusão de 32 mil mulheres no número de trabalhadoras domésticas na comparação entre 2020 e 2021, com elevação do grau de precarização da relação de trabalho no referido grupo de ocupação. Constatou-se redução das domésticas em postos formais e, em contrapartida, ampliação nos postos informais. Destaca-se que essa ocupação é majoritariamente informal para elas, visto que 85,0% exerceram atividade sem garantias trabalhistas naquele ano.

O rendimento médio real habitualmente recebido pelas mulheres encolheu de 2020 para 2021, embora o mesmo tenha ocorrido para os homens. Em 2021, o rendimento médio real habitualmente recebido pelas mulheres (R$ 1.531) significou 92.0% do valor incorporado pelos homens (R$ 1.665). O setor de atividade econômica Informação, comunicação e outras atividades foi aquele em que as mulheres auferiram o maior rendimento médio real habitualmente recebido, de R$ 2.677. Em contrapartida, o menor rendimento médio foi assimilado pelas mulheres na Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (R$ 429).

A maior diferença entre o rendimento médio real habitualmente recebido por homens e mulheres ocorreu na Indústria geral, alcançando R$ 1.207 em favor deles. Em 2021, enquanto os homens auferiram R$ 2.289, as mulheres receberam R$ 1.082 no referido setor. O rendimento médio real habitualmente recebido pelas mulheres superou o obtido pelos homens nos grupos setoriais Construção e Informação, comunicação e outras atividades.

Esses números refletem a realidade das mulheres baianas, com base nos dados mais recentes, e a caracterização do mercado de trabalho retrata também os impactos da crise da covid-19 nesse período. A piora em alguns indicadores revela a necessidade de políticas públicas que promovam melhorias nas condições de trabalho, emprego e renda e que impeçam a reversão dos avanços nas conquistas de direitos das mulheres, passos importantes na redução das desigualdades.

Os dados correspondem a uma estimativa média em relação aos quatro trimestres do ano analisado. Cabe destacar que, a partir de 30 de novembro de 2021, as estimativas da PNAD Continua do IBGE passaram a ser divulgadas com base no novo método de ponderação da pesquisa, conforme a Nota Técnica 03/2021. Desta forma, a série histórica dos indicadores foi atualizada, o que pode implicar limitações na comparação com resultados anteriores que não tenham sido reponderados.


Por: Vida Diária/Ascom

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