Quantos de nós crescemos com aquela sensação de que não fomos devidamente amados pelos nossos pais. Não são poucos os clientes que chegam até mim e que se queixam por serem o que são por causa de sua criação, porque seus pais fizeram pouco. Desenvolvemos um saber sobre como nossos pais poderiam ter sido com a gente da mesma forma que sabemos o que o jogador deveria fazer pra emplacar aquele gol naquele jogo.

Afinal de contas, foram tantos tapas, críticas, piadas. Quantas vezes quisemos ser ouvidos e tudo que sobrava era um: "menino vai ver se estou lá na esquina”! Ou "não me enche hoje tive um dia cheio no trabalho”! "Talvez um deixa de chatice e vá dormir, me deixa em paz”! Talvez não houve nem isso, nem um olhar ou talvez aquele olhar fuzilante!! Vc já passou por isso?

Me lembro muito bem às vezes que me fantasiei sendo uma mãe acolhedora, compreensiva, ouvinte e amável, fazendo- me acreditar que eu seria uma mãe melhor para meus filhos do que a mãe que tive pra mim. Tudo balela, tudo ilusão, utopia da grossa. Nada disso, me enganei me tornei minha mãe cuspida e escarrada! O que é pior, consciente de tudo isso, afinal me tornei psicóloga e vivi na prática tudo que li nos livros, obviamente que com doses pouco homeopáticas de verdade verdadeira.       

Graças a Deus estou aqui firme e forte e por mais contraditório que isso possa parecer, devo isso a estas experiências de aparente desafeto. Aparente desafeto? Sim, com certeza. Uma das coisas mais importantes que aprendi  é só somos capazes de dar aquilo que aprendemos, a gente só entende aquilo que a gente aprende, só transmitimos o que é o amor quando aprendemos sobre ele.

Claro que foi preciso muita luta, muita dedicação para mudar meus padrões e meu jeito de ser que me fazia sofrer. Auto conhecimento é um processo infinito enquanto durar a vida e saber que podemos nos transformar é maravilhoso.

 

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Até a próxima!

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