Percepções sobre clima se concentram em impactos do cotidiano

Uma pesquisa feita com internautas brasileiros de dez capitais investigou a forma como eles percebem as mudanças climáticas. Os impactos mais urgentes, como calor excessivo e poluição do ar, foram os mais citados pelos entrevistados   

A partir do questionário, conduzido pelo Instituto Cidades Sustentáveis e respondido por 3.500 pessoas, observou-se que os principais problemas apresentados variam de acordo com a cidade dos que responderam. Dessa forma 71% dos paulistanos consideram a poluição do ar como o problema ambiental mais grave, enquanto 60% dos moradores de Porto Alegre e 45% dos de Belo Horizonte elegeram as enchentes como maior problema. 

A poluição sonora foi destaque para 44% dos soteropolitanos (nascidos em Salvador), enquanto os cariocas se dividiram entre a poluição do ar (41%) e questões relacionadas ao abastecimento de água (30%). Em Manaus 54% citaram a poluição do ar, outros 34% as queimadas e 26% o desmatamento. Em Belém, a coleta de esgoto (40%) e de lixo (28%) foi o problema mais urgente.

Em Recife, a poluição das águas alerta 43% dos que responderam, assim como a coleta e o tratamento de esgoto são prioridade para 29%. Última capital citada, Goiânia elegeu como maiores problemas a falta de coleta seletiva (39%), a poluição sonora (31%) e as queimadas (28%). No somatório das respostas, 52% elegeram como maior problema a poluição do ar, 34% a poluição sonora e 32% as enchentes e alagamentos.

Em relação aos principais impactos sentidos, as respostas variaram menos - 49% de todos os que responderam consideraram que o calor excessivo é o principal impacto, seguidos por 17% que consideram a poluição do ar, 11% que citam o preço dos alimentos e 10% que citam as enchentes. Os outros impactos, como seca, falta de água, deslizamentos de terra e aumento do nível do mar somam 8%, e 4% não souberam responder. Com exceção de Porto Alegre, em que o impacto mais citado foi o das enchentes, com 36% das menções, em todas as capitais o calor foi apontado como fator mais presente.

A pesquisa também quis saber como as pessoas veem o papel dos governantes das cidades no combate a essas mudanças. Em todas as cidades ela foi elevada, com os entrevistados afirmando que os municípios podem contribuir, sendo os moradores e Porto Alegre os mais céticos: lá, 13% acreditam que o governo municipal não pode fazer nada.

Quanto ao que as cidades podem fazer, as medidas mais citadas foram controlar o desmatamento e a ocupação de áreas de mananciais, reduzir o uso de combustíveis fósseis no transporte público, ampliar áreas de preservação ambiental, promover a destinação adequada de resíduos sólidos, com medidas como reciclagem e compostagem, e fomentar a construção com critérios sustentáveis.

O estudo tem alguns limites, que não são desconsiderados para se chegar aos resultados finais: se concentra em pessoas das classes C (55%) e A/B (30%), com apenas 15% de respostas entre os mais pobres. Não ouviu crianças e concentrou as respostas em adolescentes e adultos jovens (entre 16 e 44 anos, 62% dos que responderam).


Por: Vida Diária/Agência Brasil

AVISO: O conteúdo de cada comentário é de única e exclusiva responsabilidade do autor da mensagem.

Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notácia, democrática e respeitosamente. Para utilizá-lo, você deve estar logado no Facebook. Comentários anônimos (perfis falsos ou não) ou que firam leis, princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas podem ser excluídos caso haja denúncia ou sejam detectados pelo site. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, entre outros, podem ser excluídos sem prévio aviso. Caso haja necessidade, também impediremos de comentar novamente neste site os perfis que tiveram comentários excluídos por qualquer motivo. Comentários com links serão sumariamente excluídos.

md Cred
Exata
Gil Academia
Banner alternativo