Teixeira de Freitas: “Queremos o diálogo para resolver a situação, e respeito às crianças que sofrerão as consequências desse reordenamento. Como fica o rendimento escolar, o lado emocional, a distância enfrentada, os projetos que podem acabar, como o Novo Mais Educação? Vamos criar uma comissão para reanálise. Não queremos mais presídios, queremos mais escolas.” Esses foram os questionamentos levantados nos discursos da última sessão de novembro da Câmara Municipal de Teixeira de Freitas.

Com direito à fala na tribuna, a representante do movimento recém-criado e denominado “Marcha pela Educação”, que reúne alunos, pais de alunos, professores e demais cidadãos que abraçaram a causa, a mãe de aluno Andreia Cardoso fez uso da palavra. “Se querem cortar gastos, vamos cortar gastos. Em nossas casas, quando estamos em crise, cortamos o supérfluo, o que é desnecessário. É preciso agir assim na gestão também, Educação é prioridade! O gabinete é alugado, por que não suspende e volta para a prefeitura?”, disse Andreia, questionando a justificativa apresentada pelo secretário de Educação para o projeto de Reordenamento das escolas municipais.

Alunos de 11 escolas que funcionavam em prédios alugados serão realocados para outras unidades de ensino do município. “Mudança que irá gerar uma economia de 480 mil reais em aluguel por ano, além de custos fixos e variáveis diretos e indiretos estimados em 1,2 milhão. O projeto de reordenamento foi realizado com estudo de demanda de alunos (idade, bairros e posicionamento das escolas), avaliação física e geográfica dos prédios públicos e alugados, além de reuniões com a equipe pedagógica e de educação da Secretaria, com representantes da APLB e do Conselho Municipal de Educação”, explicou o professor Hermon Lopes, secretário de Educação.

Edivilson Macedo Silva, relações públicas da Associação de Bairro Vila Caraípe, também fez uso da tribuna, “defendendo pais, alunos, professores e todos os envolvidos nesse processo. Pedimos um Plano de Ação, o planejamento desse reordenamento. Desculpem a expressão, mas querem ‘enfiar pela goela abaixo’. Educação é um direito garantido por lei, está na Constituição de 88. Nesse plano de ação exigimos a questão dos transportes, materiais, merenda, infraestrutura. Não iremos aceitar o reordenamento da forma que nos foi imposta. Pedimos aos vereadores, secretários e gestor. Se tivermos que convocar todos os pais e partir para rua, nós iremos”, disse.

Jonathan Molar foi o primeiro vereador a falar do problema, levantando dados sobre a economia municipal e apontando setores com menos prioridades, que podem receber verbas menores do que as previstas, para que a Educação e Saúde tenham maior relevância no orçamento.  “Estima-se somente para o ano de 2018, ao menos 550 mil para festas e 250 mil para o Centro Administrativo que nem existe na prática. Faço o apelo: Não façamos politicagem! Quando discutimos educação, não importa a questão partidária. Devemos nos preocupar com as crianças, com os pais, com a comunidade. Se queremos romper o ciclo da pobreza, certamente o caminho é a educação”, concluiu o vereador.

Essa foi a 2ª sessão debatendo a questão, logo após o informativo direcionado às escolas. Os vereadores se posicionaram a favor do reordenamento, mas que seja feito em conformidade com a população, primeiramente o diálogo entre os envolvidos, e as necessidades da cidade devem ser atendidas. O movimento “Marcha pela Educação” fará uma passeata neste sábado (02), saindo da praça ao lado do shopping Teixeira Mall e percorrendo alguns trechos da cidade.

Por: Vida Diária/Andressa Lima.

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