A Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) é um medicamento antirretroviral que combina dois componentes (tenofovir + entricitabina) para a prevenção da infecção pelo vírus HIV. Ela consiste na tomada dos comprimidos antes da relação sexual, permitindo que o organismo esteja preparado para enfrentar um possível contato com o HIV.
Para isso, existem duas formas de administração: diária e sob demanda.

PrEP diária: consiste na tomada contínua dos comprimidos, indicada para qualquer pessoa em situação de vulnerabilidade ao HIV.
PrEP sob demanda: consiste no uso da PrEP apenas quando a pessoa prevê uma possível exposição de risco ao HIV. Deve ser administrada com a tomada de 2 comprimidos entre 2 e 24 horas antes da relação sexual, seguida de 1 comprimido 24 horas após a dose inicial e 1 comprimido 24 horas após a segunda dose. A PrEP sob demanda é indicada para pessoas que têm relações sexuais com frequência inferior a duas vezes por semana e que conseguem planejar quando a relação ocorrerá.

Quem pode usar a PrEP?

 A PrEP é indicada para qualquer pessoa em situação de vulnerabilidade ao HIV. Algumas situações que podem justificar o uso incluem:
* deixar de usar camisinha com frequência em relações sexuais (anais ou vaginais);
* uso repetido de PEP (Profilaxia Pós-Exposição ao HIV);
* histórico de Infecções Sexualmente Transmissíveis;
* relações sexuais em troca de dinheiro, objetos de valor, drogas, moradia, entre outros;
* prática de chemsex: atividade sexual sob influência de drogas psicoativas (metanfetaminas, GHB, MDMA, cocaína, poppers), com a finalidade de intensificar ou facilitar a experiência sexual.
O medicamento é distribuído gratuitamente pelo SUS e pode ser acessado por qualquer pessoa a partir de 15 anos.

Onde encontrar?

A pessoa interessada em iniciar a medicação deve procurar o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), localizado na Rua Sagrada Família, 658 – Bela Vista, e solicitar o acompanhamento para PrEP.

PrEP não substitui uso de camisinha e testagem regular

Embora a PrEP ofereça proteção eficaz contra o HIV, ela não impede a transmissão de outras ISTs. Por isso, o uso da camisinha continua sendo a forma mais recomendada de prevenção. Além disso, é fundamental manter a realização periódica de exames, disponíveis tanto nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) quanto no CTA.

O que fazer em caso de exposição sem ter tomado PrEP?

Quando alguém passa por uma situação com potencial risco de exposição ao HIV, hepatites virais, sífilis ou outras ISTs, deve procurar imediatamente a Profilaxia Pós-Exposição (PEP). Esse método consiste no uso de medicamentos que reduzem as chances de infecção após um episódio de risco.

A PEP é indicada em casos como:
* violência sexual;
* relação sexual sem proteção (quando a camisinha não foi usada ou rompeu);
* acidentes de trabalho envolvendo instrumentos perfurocortantes ou contato direto com material biológico.

Faz parte das estratégias de Prevenção Combinada e amplia as opções de cuidado conforme as necessidades de cada pessoa. O objetivo é evitar novas infecções, incluindo HIV, hepatite B e outras ISTs.

Como se trata de uma situação de urgência, a PEP deve ser iniciada o mais rápido possível, sempre dentro do limite de 72 horas após a exposição. O tratamento dura 28 dias e requer acompanhamento da equipe de saúde, com realização periódica de exames.

Fiz o teste para HIV e deu positivo. E agora?

Receber um resultado positivo para HIV causa muitas dúvidas e emoções, e isso é completamente compreensível. Mas não é motivo para desespero. O primeiro passo é confirmar o diagnóstico, pois o protocolo exige dois testes reagentes. Se você realizou apenas um exame, procure um serviço de saúde para repeti-lo e validar o resultado.

Após a confirmação, dirija-se ao CTA/SAE (Serviço de Atendimento Especializado), onde você será acolhido, fará os exames iniciais e receberá orientações detalhadas.

É fundamental iniciar o tratamento o mais rápido possível. A terapia antirretroviral é oferecida gratuitamente pelo SUS e permite controlar o vírus, recuperar a imunidade e alcançar a carga viral indetectável, o que significa não transmitir o HIV (I = I). Também é importante cuidar do bem-estar emocional: conversar com profissionais ou pessoas de confiança pode ajudar muito nesse momento.

Depois de iniciar a terapia, faça o acompanhamento regularmente e não interrompa o tratamento. Com adesão e cuidado, é totalmente possível levar uma vida longa, saudável e plena.


Por: Vida Diária/Ascom