

A equipe do Vida Diária flagrou, na manhã desta quinta-feira (27), uma situação que tem se repetido diariamente na Farmácia Pague Menos, no Centro de Teixeira de Freitas. Idosos, pessoas doentes e debilitadas enfrentam longas filas para retirar medicamentos fornecidos pelo governo ou realizar compras comuns. Em alguns casos, a espera ultrapassa duas ou até três horas.
O que presenciamos dentro da unidade chamou atenção pela gravidade. Pacientes saem diretamente das consultas médicas e se dirigem à farmácia para adquirir ou retirar medicamentos indispensáveis à continuidade do tratamento. No entanto, encontram um ambiente superlotado, com filas extensas, demora excessiva e falta de estrutura para atender à grande demanda. A reportagem observou idosos com mais de 80 anos, pessoas passando mal e clientes visivelmente cansados pela longa espera.
Segundo explicou o gerente da unidade, toda a burocracia exigida pelo governo mudou recentemente. Para retirar medicamentos gratuitos, agora é necessário apresentar mais documentos, comprovantes e atualizações cadastrais. Até mesmo o ato de pagar um medicamento exige comprovações adicionais, o que aumenta ainda mais o tempo de cada atendimento. A farmácia, embora não seja pública, é credenciada para atender pelo sistema do governo e, por isso, absorve grande parte da população que depende desses remédios.
A situação se agrava porque, segundo relatos de pacientes e familiares, outras redes farmacêuticas da cidade também são autorizadas a realizar esse tipo de atendimento, como a rede Indiana. No entanto, muitas unidades da Indiana em Teixeira de Freitas preferem não receber os pacientes que buscam medicamentos do programa governamental. Em vez disso, orientam que todos procurem exclusivamente a Pague Menos, o que sobrecarrega ainda mais a unidade.
Uma das entrevistadas, filha de uma paciente idosa, relatou que esteve em uma farmácia Indiana tentando retirar um medicamento, mas foi orientada a se dirigir à Pague Menos. Esse direcionamento constante contribui para a superlotação e para a experiência desgastante enfrentada pela população.
Caso a situação continue, existe inclusive o risco de a própria Pague Menos, sobrecarregada e sem o suporte necessário, decidir também não atender mais pelo programa. Isso deixaria a população sem alternativas e agravaria o problema.
Diante do cenário, surge a pergunta: a quem recorrer? Governo, redes farmacêuticas ou a necessidade de criação de uma unidade exclusiva para a distribuição dos medicamentos gratuitos? O que vemos hoje é um cenário desumano, com pessoas fragilizadas passando horas em pé, enfrentando filas, calor e cansaço, para conseguir um direito básico.
O Vida Diária deixa aqui o espaço aberto para a rede Pague Menos, para a rede Indiana e aSesab se manifestarem. É urgente que seja apresentada uma solução, seja com o aumento do número de funcionários, reorganização dos processos, distribuição equilibrada da demanda entre as farmácias credenciadas ou outra medida que garanta dignidade e respeito aos pacientes.
Esta matéria é também um apelo. As autoridades precisam tomar providências para que a população não continue sendo submetida a filas intermináveis, à falta de acolhimento e à humilhação diária que presenciamos. Trata-se de saúde pública, de respeito ao cidadão e de uma questão que precisa ser tratada com urgência. Já solicitamos nota de todos envolvidos.
Por: Vida Diária/Mirian Ferreira
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