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Outro dia me dei conta que a maior parte do meu estresse diário, principalmente no trabalho, meu cansaço, dores nos ombros e pescoço, além da falta de energia e foco para fazer as coisas, vem de um pensamento tirânico e ilusório constante - o eu “tenho que”. Eu tenho que trabalhar, eu tenho que ganhar dinheiro, eu tenho que estar bem, eu tenho que produzir bastante, eu tenho que resolver isso, eu tenho que ter autocontrole, eu tenho que evoluir e ser uma pessoa melhor, eu tenho que estudar, eu tenho isso ou eu tenho aquilo. Nossa, que horror! A semana acaba e eu não realizei metade das coisas que eu queria e sempre com aquela sensação de algo inacabado, incompleto. O que sobram são a frustração e a sensação de não realização.

O que menos me atrapalhava eram os eventos externos a mim, mas sim, a forma como minha mente me cobrava e me punia tentando me fazer crer que eu nunca dava conta daquilo que eu achava que tinha que dar. Cheguei no meu limite de cansaço e falta de energia. Foi aí que chutei o pau da barraca e disse em voz alta: cansei, cansei, ”eu não tenho nada”, eu não tenho nada”, eu não tenho que ter sucesso, eu não tenho que ser reconhecida, eu não tenho que ser o que não sou.  O que eu seria, então?  Eu posso ser simplesmente quem eu sou, eu posso ser uma pessoa melhor, eu mereço ter paz para trabalhar, eu posso contribuir e compartilhar com as pes soas tudo que está dentro de mim, independente do dinheiro, do reconhecimento, do resultado.

A única coisa que importa é ser eu mesma, usar da minha espontaneidade, do meu jeito de ser e entrar em ação sem expectativas de resultados. Tudo que importa é o quanto eu posso doar para o universo sem esperar nada em troca e, ainda assim, me sentir de bem comigo mesma. O mais incrível deste momento que vivenciei foi o alívio e o peso que retirei das minhas costas e com isso tudo aquilo que ficava na energia negativa do “eu tem que” eu comecei a fazer e a produzir, com a diferença que não tinha culpa e a eterna interrogação - será que isso vai dar certo?

Comecei a entrar em ação de uma forma que eu não estava conseguindo antes. Isso significa que quando me desapeguei do futuro, dos resultados, a crença mudou, meu pensamento ficou mais leve, forte e otimista. Parei de me motivar pela dor e passei a me motivar pelo prazer de fazer o que gosto sem cobrança. Minha mente e meu corpo relaxaram.

O que acontece agora é que vivo um dia de cada vez. O que eu aprendi com esta experiência é que a alegria gera o sucesso e que o dinheiro é consequência de algo que é feito com amor, leveza e bem-estar. Qualquer coisa diferente disso é sofrida, ansiosa. É perda de tempo tentar focar no que você está fazendo pensando no resultado futuro. A consequência disso é que você fica no limbo de um presente mal vivido pela memória de um futuro incerto, a gente paralisa.

A minha realização está no sentimento de paz interior e de autoconfiança que a ausência de ansiedade proporciona. É muito mais leve enxergar o resultado como um presente que recebemos por tudo aquilo que fazemos incondicionalmente e com amor por si e pelo outro. E a sua realização onde está? Isso fez sentido para você?

Até a próxima!

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