A moda nas redes sociais, programas televisivos, reality shows etc., parece ser o termo CANCELAMENTO. Tentando traduzir, uma conduta que aparenta ser reprovável e que um grupo ou a sociedade exclui, afasta, cancela essa pessoa.

Diria eu que se trata de um tribunal popular. Os ingleses e os franceses já faziam isso há mais de 5 séculos, porém, tocando uma música barulhenta e ofensiva direcionada à pessoa que infringiu uma determinada regra daquela sociedade.

Se os tribunais do mundo jurídico já cometem erros, equívocos, que dirá os tribunais populares. Nem sempre a voz do povo é a voz de Deus, a história de Jesus demonstra isso quando Pilatos pediu que o povo escolhesse entre Jesus e Barrabás.

Retornando aos dias de hoje, o que é errado para mim pode não ser errado para vocês, aliás, quem nunca errou que atire a primeira pedra. Não estou querendo aqui fazer apologia a uma bondade santificada ou dizendo que devemos aguentar tudo, mas sim que atitudes reprováveis podem ser revistas quando a outra pessoa o faz com educação, didática e respeito.

Também devemos observar o que gerou uma possível conduta reprovável, afinal, cada um tem sua história, traumas, problemas psicológicos, entre tantas possibilidades. Cancelar alguém, excluir, não só não resolve a situação como pode gerar consequências severas. Viver em sociedade implica em conhecer a dor do outro, tentar compreender, que não é fácil eu sei, e ajudar o próximo, pois, não desejo para o outro o que não desejo para mim.

Porque em vez de cancelamento não passamos a adotar o “abraçamento”, não precisa ser no sentido literal porque estamos em pandemia ainda, mas, refiro-me ao ato de acolher, escutar, dar voz e atenção ao que se sente silenciado ou sufocado.

O leão ataca por fome, a cobra quando está acuada, o tigre por instintos, alguns seres humanos, por vezes, atacam por inveja, vaidade, maldade...

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