Se está pensando em viajar pela BR-101, é bom remarcar. Além do mal tempo que, segundo a Previsão do Tempo, vai perdurar até domingo, 12 de dezembro, três trechos da BR-101 amanheceram interditados devido às fortes chuvas que caíram por horas na região Extremo Sul ontem (7).

Segundo o inspetor Cajueiro, da Polícia Rodoviária Estadual (PRE), os trechos interditados são: km 803, nos dois sentidos, entre Eunápolis e Itamaraju; km 808, na ponte do rio Jucuruçu, dois sentidos; e no km 873, apenas parcialmente, em Teixeira de Freitas.

Cajueiro informou que não há previsão de quando os trechos serão liberados, pois é aguardada presença do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit), responsável pela rodovia.

Com direito à reportagem em emissoras de TV, Teixeira de Freitas viralizou novamente por conta dos estragos causados pelas chuvas, que começaram no final da tarde e se estenderam noite a dentro.

A internet voa, por isso, vídeos imediatistas trouxeram uma realidade – não uma novidade! Mas, desta vez, não foi apenas o Shopping Teixeira Mall que ficou na pior. Um vídeo mostra que a Casa Paroquial da Igreja Nossa Senhora da Imaculada Conceição ficou alagada, assim como toda a rua no bairro Nova América; situação vivenciada por muitos teixeirenses.

No Kaikan Sul, moradores capturaram imagens de uma Amarok quase submersa. Isso. Uma Amarok! No Wilson Brito, popular Buraquinho, casas foram inundadas, atingindo altura das janelas dos imóveis.

Asfaltos cederam em muitos pontos, um deles, na ladeira do Colina Verde, onde uma equipe da Prefeitura Municipal esteve no local junto com a Defesa Civil e o prefeito, dr. Marcelo Belitardo, avaliar os danos. A Prefeitura, por meio das secretarias de Assistência Social e Educação, está oferecendo apoio às famílias atingidas pelas chuvas.

Os estragos foram vistos em diversos municípios baianos e no Nordeste devido ao La Ninã, fenômeno responsável por trazer chuvas acima da média para todo o Nordeste.

De acordo com o meteorologista do Inmet, Mozar Salvador, a tendência é de que o verão como um todo seja chuvoso, pois o fenômeno deve ter seus efeitos sentidos até os primeiros meses de 2022.

“No Brasil, basicamente duas áreas têm seus padrões de precipitação mais fortemente influenciadas pelo La Niña. Uma abrange o norte das regiões Norte e Nordeste. Nessas regiões, as chances de se ter um período chuvoso regular ou mais intenso aumentam significativamente. Por outro lado, a Região Sul do Brasil pode ser afetada com maior frequência de estiagens, principalmente durante os meses de verão.”

Isso porque o La Niña de 2021 – o fenômeno também ocorreu em 2020 – deve ser mais fraco que a média.

“Como uma ocorrência de La Niña – ou do evento que apresenta seu sinal oposto, El Niño – nunca é exatamente igual a outra, a intensidade dos seus efeitos e a dimensão das áreas atingidas também variam. Além disso, as condições climáticas dependerão ainda de outros fatores oceânicos e atmosféricos que podem atenuar ou intensificar a influência da La Niña”, explica Mozar.

O que é La Niña?

La Niña é o nome dado ao resfriamento anômalo das temperaturas médias do Oceano Pacífico. Essa mudança é capaz de provocar uma série de distúrbios em todo mundo, alterando a formação de chuvas, secas e distribuição de calor.

No Brasil, o La Niña provoca estiagem nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e principalmente Sul. No Nordeste e na Região Amazônica aumenta a intensidade das chuvas.

Mas além do fenômeno, um agravante que piora as chuvas é o cavado, sistema de baixa pressão que mexe com a circulação do vento. Ele faz com que aumente a formação de nuvens, trazendo descargas elétricas e trovoadas.

Além disso, as temperaturas do oceano, próximo à costa do Nordeste influencia as chuvas. A termodinâmica local está associada às altas temperaturas das águas. Isso explica o mormaço que tomou conta da cidade na última semana.

Por isso, de acordo com o meteorologista da Codesal, Giuliano Carlos Nascimento, a previsão da semana é pancada de chuvas fracas, principalmente durante a sexta-feira. “Tendemos a permanecer com as temperaturas elevadas para os próximos dias”, pontua.

20 cidades do interior declararam situação de emergência

As chuvas também atingiram com força o interior da Bahia. Desde o início de novembro, 20 cidades já declararam situação de emergência. São elas:

  • Amélia Rodrigues;
  • Ibicoara;
  • Itaberaba;
  • Mucugê;
  • Mutuípe;
  • Teolândia;
  • Jaguaquara;
  • Ruy Barbosa;
  • Maragogipe;
  • Itaquara.
  • Eunápolis;
  • Itacaré;
  • Itarantim;
  • Mundo Novo;
  • Baixa Grande;
  • Marcionílio de Souza.
  • Jiquiriçá;
  • Itambé.
  • Ribeira do Pombal;
  • Jaguaquara;
  • Camacan

 

Por: Vida Diária/OSOLLO

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