Em 10 anos e nove meses, 2.333 pessoas morreram nos 460 quilômetros da BR-101 que cortam o Espírito Santo. O número foi registrado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) de janeiro de 2007 a 27 de setembro de 2017. Ao todo, foram 47.501 acidentes no período. Nesses acidentes, 28.808 pessoas ficaram feridas, sendo 9.797 feridos graves e 19.011 com ferimentos leves.
Nesse período, o ano de 2014 foi o que mais registrou acidentes: 5.677. Foram 276 mortos e 3.541 feridos. Já o ano de 2013 foi o que mais pessoas morreram na rodovia: 292 mortes em 5.600 acidentes registrados. Em 2015, as mortes caíram mais de 50%, de 276 para 132 registros. No ano seguinte, 2016, o número continuou reduzido, registrando 131 mortes.
Apesar dessa queda, as mortes em 2017 já ultrapassam os dois anos anteriores. Em nove meses já são 140 mortes. Isso porque duas tragédias marcaram o ano na rodovia. No dia 23 de junho, em Guarapari, 23 pessoas morreram e 20 ficaram feridas em um acidente envolvendo um caminhão, um ônibus e duas ambulâncias, considerado a maior tragédia rodoviária do estado até hoje. Em setembro, no dia 10, um acidente com dois caminhões, um Ford Ka e um micro-ônibus deixou 11 mortos e nove feridos em Mimoso do Sul.
O número de mortos pode ser ainda maior, porque a PRF contabiliza apenas as mortes que aconteceram na rodovia. Casos em que a pessoa morreu após ser socorrida não entram no cálculo.
O coordenador de operações da Eco101, concessionária que administra a BR-101 no Espírito Santo, Christian Tanimoto Barros, explicou que a maioria dos acidentes acontece por imprudência. "A maior parte dos acidentes acontecem por escolhas erradas feitas pelos usuários", afirmou. Barros explicou ainda que desde que a concessionária começou a operar no estado, em 2014, o número de acidentes caiu. "Foi feita melhoria na rodovia, melhoria na sinalização, nas condições de pavimento, além de programas de prevenção de acidentes".
Junto com a PRF, a Eco101 realizou estudos para identificar a causa dos acidentes e realizar ações mais assertivas. Em janeiro de 2017, foi identificado que os trechos mais perigosos estavam na Serra, Viana e Cariacica.
"As causas são diversas, mas o maior motivo dos acidentes de maior gravidade é a imprudência dos usuários. São pessoas que dirigem falando no celular, mandando mensagens, não respeitando sinais, andam com veículos em má conservação, além do excesso de cargas. Isso acaba potencializando o risco de acidentes mais graves. Tem a parte de infraestrutura, tem a parte da fiscalização, mas precisa ter a parcela do usuário. É um desafio muito grande", disse Barros.
Dos cinco trechos mais perigosos em rodovias federais que cortam o estado, 4 estão na BR-101, segundo levantamento da PRF feito em 2016, com o número de acidentes daquele ano. São eles: entre o km 260 e 270: Serra, com com 125 acidentes graves e 13 mortes. Não há acostamento em alguns pontos desse trecho. Entre o km 290 e 300: Cariacica, com 62 acidentes graves e 10 mortes. Entre o km 270 e 280: Serra, com 50 acidentes graves e 5 mortes. Entre o km 140 e 150: Linhares, com 49 acidentes graves e 5 mortes.
Por Vida Diária: Andressa Lima/G1.
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