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O Museu de Arte Moderna - MAM publicou uma nota neste domingo (01) em que repudia as agressões físicas e verbais sofridas nos últimos dias após manifestantes realizarem protestos depois de uma menina, que estava acompanhada da sua mãe, ser filmada tocando no pé do artista fluminense Wagner Schwartz que se apresentou nu. A exposição acabou virando caso de polícia e a repercussão negativa provocou até agressões físicas.

A primeira manifestação ocorreu na última sexta (29) em frente ao MAM no Parque Ibirapuera, na Zona Sul de São Paulo. Na ocasião, mulheres levaram cartazes com frases como "pedofilia é crime" e "contra a pedofilia e a erotização infantil". A Guarda Civil Metropolitana e a segurança do museu foram acionadas.

Já o segundo protesto ocorreu na tarde deste sábado (30). Segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública), por volta das 15h30 os guardas-civis foram acionados e encontraram várias pessoas exaltadas na porta do MAM que trocaram agressões verbais e até físicas. Funcionários do museu e manifestantes foram levados para o 27º DP, no Campo Belo, onde foi registrado um boletim de ocorrência. O caso foi registrado como calúnia, difamação, injúria e lesão corporal. Todos prestaram depoimento e foram liberados em seguida. As investigações serão realizadas pelo 36ºDP, na Vila Mariana.

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A apresentação do artista Wagner Schwartz ocorreu somente na terça-feira (26), na estreia do 35º Panorama de arte Brasileira, tradicional exposição bienal que aborda a arte no país e propõe reflexão sobre a identidade brasileira. Segundo o MAM, o evento era aberto a visitantes que estivessem no local. O museu também informou que havia sinalização sobre a nudez na sala onde a performance ocorria.

A performance chamada “La Bête” foi inspirada em um trabalho de Lygia Clark. “Bichos” é considerada a obra viva da artista, pois sua intenção era de que a arte ultrapassasse os limites da superfície de um quadro. A série de esculturas com dobradiças permite que o espectador se torne figura atuante na obra, e foram construídas com formas geométricas para que não se parecessem animais, mas que permitissem uma visão livre do que a peça representava. Em “La Bête”, o premiado artista Schwartz, que trabalha há quase 20 anos com coreografia, manipula uma réplica de plástico de uma das esculturas da série e se coloca nu, vulnerável e entregue à performance artística, convidando o público a fazer o mesmo com ele.

De acordo com o MAM, o público presente na performance era formado essencialmente por artistas e, uma das pessoas que prestigiou a apresentação foi a performer e coreógrafa Elisabeth Finger acompanhada da filha. O vídeo que viralizou nas redes sociais mostra o momento em que Schwartz está deitado, e mãe e filha, tocam seus pés.

O MBL divulgou um vídeo nas redes sociais em que chama a apresentação de “repugnante”, “inaceitável”, “erotização infantil”, “afronta”, “crime”, e afirma que a criança “se sentiu constrangida”. O grupo acrescenta que o vereador Fernando Holiday (DEM) vai “tomar as providências sobre o caso da criança induzida a ato libidinoso”. O deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) chamou os envolvidos de "canalhas" e categorizou a atividade como "pedofilia". O deputado Marco Feliciano (PSC-SP) considerou as cenas "revoltantes" e os envolvidos "destruidores da família". 

Em nota, o MAM informou que a sala estava "devidamente sinalizada sobre o teor da apresentação, incluindo a nudez artística". O museu também afirmou que “o trabalho não tem conteúdo erótico e trata-se de uma leitura interpretativa da obra Bicho, de Lygia Clark”.

Por: Vida Diária/G1.

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