Remédios para ressaca não funcionam como prometem, e ainda podem incentivar o indivíduo a beber mais. Saiba como curar o desconforto

Se você exagerou na bebedeira na noite de réveillon, provavelmente começou 2024 com uma forte dor de cabeça e um desconforto generalizado. Mas não se preocupe, é possível diminuir os sintomas da ressaca e evitar um futuro mal-estar. Quem explica como fazer isso é a endocrinologista e metabologista pela Universidade de São Paulo, Dra. Paula Pires.

“A ressaca ocorre porque, para absorver e metabolizar grande quantidade de bebida alcoólica, o organismo tem de se desdobrar e acaba sobrecarregando outros órgãos no processo. O fígado sofre mais por produzir as enzimas que ajudam na absorção do álcool. Além disso, demora a entender que deve parar de trabalhar. Assim, quando o álcool já se foi, a concentração dessas enzimas, que são muito tóxicas, ainda é alta, o que gera um desequilíbrio. O sistema nervoso, que se adequou a esse ritmo errado do corpo, acompanha a crise de abstinência. O resultado geral é dor de cabeça, desidratação, enjoo, diarreia e extremo cansaço”, detalha a médica.

 

Estou de ressaca. O que fazer?

A endocrinologista afirma que não há nenhum remédio que cure a ressaca ou que acelere o metabolismo do etanol. “De nada adianta: banho frio, café, chás, produtos com cheiro forte ou qualquer outra medicação caseira. O essencial é hidratação, carboidratos e bastante repouso. Habitualmente, a ressaca melhora até o final do dia”, aconselha a especialista. 

Segundo ela, o que alguns medicamentos fazem é aliviar os sintomas (analgésicos, antiácidos ou anti-histamínicos). Sucos, água-de-coco e isotônicos (sem álcool) repõem água, sais minerais e vitaminas perdidos. Além disso, há o refrigerante, que não hidrata, mas ajuda contra a queda da glicose.

Portanto, tomar medicamentos anti ressaca tem pouco fundamento científico. “São drogas que misturam substâncias contra náuseas, analgésicos e cafeína, tentando amenizar alguns dos sintomas. Seu efeito não perdura muito e alguns contêm antiinflamatórios ou aspirina, que irritam o estômago. A maioria não age sobre a desidratação, sobre a hipoglicemia, nem sobre a irritação que o acetaldeído provoca nas células”, alerta.

A endocrinologista destaca que há um problema maior em recorrer a essas medicações: além de não funcionar bem como prevenção, ainda pode estimular o indivíduo a beber mais, por sentir-se protegido contra os efeitos do consumo exagerado”, frisa a médica.

 

Como prevenir ressacas futuras

A Dra. Paula ensina alguns truques para evitar novas ressacas no futuro. Confira:

  • Nunca beba com estômago vazio, pois o álcool cai na corrente sanguínea em 30 min;
  • Tome devagar e sempre depois de ingerir alimentos com proteínas e carboidratos;
  • Uma alternativa é beliscar durante a festa enquanto bebe, pois ajuda a retardar a absorção;
  • Beba muita água antes, durante e depois da festa. É a melhor dica;
  • Toda vez que urinar, beba água, suco, isotônico ou refrigerantes (com açúcar, último caso);
  • Beba muitos líquidos ao acordar e, se não tomar café sempre, evite-o, pois é diurético.

 

Por: Vida Diária/Saúde em dia

 

AVISO: O conteúdo de cada comentário é de única e exclusiva responsabilidade do autor da mensagem.

Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notácia, democrática e respeitosamente. Para utilizá-lo, você deve estar logado no Facebook. Comentários anônimos (perfis falsos ou não) ou que firam leis, princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas podem ser excluídos caso haja denúncia ou sejam detectados pelo site. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, entre outros, podem ser excluídos sem prévio aviso. Caso haja necessidade, também impediremos de comentar novamente neste site os perfis que tiveram comentários excluídos por qualquer motivo. Comentários com links serão sumariamente excluídos.

md Cred
Exata
Gil Academia
Banner alternativo