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Quem tem fadiga mental tem um turbilhão de pensamentos, ideias, julgamentos, comparações, reclamações em pleno funcionamento dentro da cabeça. São momentos em que as pessoas divagam e se ocupam com coisas corriqueiras, ruins e desgastantes. Quantas vezes você se pegou brigando com outras pessoas mentalmente, criando estórias onde um ganha e outro perde como se estivessem em um ringue de luta? Sabe aquela reunião que te deixa nervoso, quantas vezes você ensaiou mentalmente o que você falaria e suas reações, supondo que você está em desvantagem caso não fale isso ou aquilo, com medo de que tudo dê errado? Em algum momento você começou a imaginar a reação de uma pessoa em relação a algum acontecimento e quando você chegou perto dela já estava com 10 pedras na mão, bufando de raiva e pronto pra dar o bote? 

Muito comum as pessoas se queixarem por não conseguirem se concentrar como antes. Ainda chega no final do dia com aquela sensação de ter feito muita coisa sem que se tenha realmente feito. A cabeça cheia parece nos dar esta ilusão. A ilusão de muito trabalho, de desgaste, sendo que na verdade sua mente estava ocupada demais e não você com suas atividades. É o momento que sentimos aquela ideia oposta ao do dever cumprido.

Pesquisas mostram o quanto é difícil realmente nos concentrarmos pelo fato da mente mudar seu foco a cada 6 e 10 segundos. A fadiga mental é tratada da mesma forma que se trata fadiga física. Tirar um descanso, relaxar em um ambiente tranquilo. Mas não é de qualquer forma, em qualquer lugar. Navegar na internet não é uma delas ou fazer uma caminhada em qualquer lugar também não é. Quer dizer que ir lá na praça do meu bairro ou ir até o trevo da cidade onde moro não retira meu estresse mental? Pior que não, talvez ajude a não piorar, embora possa ser bom pra o resto do seu físico, melhorando circulação, pressão arterial, articulações etc. Mas a mente precisa de descanso, precisa de um foco relaxante. Caminhar na cidade faz com que você tenha que por seu foco em coisas que geram certo grau de tensão. Além do mais não impossibilita nossas ruminações mentais. Navegar na internet, por exemplo, pode até retirar seu foco de seus problemas com a família, mas demanda um outro foco ou forma de divagação mental.

Não é à toa que ouvimos falar tanto que o contato com a natureza seja fundamental nas ocasiões que tiramos para descansar. Não se descansa em um bar. Não se descansa caminhando no centro da cidade, mas sim quando caminha na natureza, onde ouvimos pássaros, vemos o por do sol, a visão das árvores, das plantas, das borboletas. Tudo isso retira seu foco de coisas do seu dia a dia ou de qualquer coisa que gera algum tipo de tensão. A proposta é que a mente  precisa de esvaziamento, distanciamento daquele padrão habitual de pensamentos. É necessário uma ruptura neste padrão. Não só existe uma necessidade de mudança de atitude física mas a atitude mental é imprescindível se você quer elevar seu foco e eliminar sua tensão mental.

Focar é sim fundamental mas não é em qualquer coisa. Pensar em problemas de trabalho caminhado pela natureza não irá reduzir seu problema. É melhor sentar-se diante de uma paisagem linda e relaxante em um painel na parede da sua casa com a mente focada na contemplação desta foto do que andar pela natureza pensando naquilo que você deveria ter feito ou deixado de fazer.

Não é tarefa fácil para a mente a prática do esvaziamento, mas é perfeitamente possível que se consiga. O difícil é trabalhoso mas não impossível. Requer prática e esforço diário. Nossa mente foi programada pra divagar, aliás para um processo criativo isso é excelente. O problema é que nossas divagações costumam não ter um bom conteúdo além de não conseguirmos ter controle sobre ela. A questão não é não divagar mas sim não saber o momento de parar.

O que podemos fazer então? Existe uma coisa super eficiente a se fazer - manter uma atitude mental focada naquilo que é realmente relaxante e passivo, praticando uma atividade meditativa.

Esta atividade pode ser qualquer coisa. De acordo com a filosofia Zen budista por exemplo, qualquer atividade pode ser feita de forma meditativa. Basta que você fique totalmente focado naquilo que se está fazendo, tomando consciência das sensações corporais, da sua respiração, em como seu corpo reage. Se você tiver lavando louca por exemplo, observe todos os movimentos, o jeito que você pega, que você sente a louça, sinta cada movimento. Quando algum pensamento fora deste momento surgir deixe que ele vá embora e volte a se concentrar. Na verdade tem milhares de formas de meditação - com musica, sem musica, observar simplesmente  sua respiração como ela entra e como ela sai, contar cada respiração e sempre observando os pensamentos invasores. O pulo do gato é elevar nossa capacidade de interromper o fluxo mental antes de sermos levados por eles. Cabe a nós aprender a controlá-los.

Boa meditação a todos e até o próximo artigo.

Por Vida Diária: Cristina Castro.

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