O município de Prado, no extremo sul da Bahia, registrou mais um homicídio ligado aos conflitos agrários que assolam a região. Na tarde do último domingo (16), por volta das 14h30, um homem identificado pelas iniciais A.S.P., de 60 anos, foi assassinado a tiros na Fazenda Aruana, localizada no distrito de Corumbau.

De acordo com o relatório policial, a filha da vítima, Ana Lívia, moradora do distrito de Nova Alegria, em Itamaraju, acionou as autoridades informando que seu pai havia sido perseguido e atingido por mais de 20 disparos de arma de fogo. Ela relatou que ele tentou fugir, mas não sabia se havia sido atingido ou qual era sua situação. Diante da gravidade do caso, a Polícia Militar foi mobilizada e deslocou uma guarnição para averiguação dos fatos.

Segundo ela, a fazenda está situada a aproximadamente 5 km da Aldeia Nova e pertence ao município de Prado. Ao chegarem ao local, os policiais confirmaram o homicídio. O corpo da vítima foi encontrado em um dos cômodos da casa, apresentando diversas perfurações por arma de fogo. Segundo informações de terceiros, o crime teria ocorrido dois dias antes da notificação oficial. A motivação do crime ainda é desconhecida e está sob investigação das autoridades.

O delegado plantonista, Dr. Marcos Roriz, foi acionado e solicitou a remoção do corpo pelo Instituto Médico Legal (IML). Até o momento, não há informações sobre a autoria do crime, e a Polícia Civil segue com as investigações.

Este novo episódio de violência agrária reforça a crescente tensão no campo entre trabalhadores rurais, posseiros e fazendeiros. A situação no Prado reflete uma crise nacional envolvendo disputas por terra, grilagem e desmatamento. Entidades de direitos humanos alertam para a necessidade de uma mediação urgente por parte das autoridades para evitar novas mortes e garantir segurança às comunidades locais. Desde o início dos conflitos várias pessoas já perderam a vida, inclusive jovens indígenas.

Entidades de direitos humanos alertam para a necessidade de uma mediação urgente por parte das autoridades para evitar novas mortes e garantir segurança às famílias envolvidas no conflito. "O que vemos aqui é um abandono do Estado, deixando pequenos agricultores e comunidades tradicionais vulneráveis à violência", afirmou um representante de um movimento social da região.

Em resposta à escalada da violência, produtores rurais, trabalhadores e empresários bloquearam a BR-101 em Itamaraju na manhã desta segunda-feira (17). A manifestação tem como objetivo pressionar o governo estadual e federal, bem como as forças de segurança, para que intervenham na região. Os manifestantes exigem ação imediata da Polícia Federal para conter o aumento da violência e garantir a segurança de produtores que denunciam invasões armadas em suas propriedades.

Os manifestantes cobram a presença das autoridades para garantir a segurança no campo e evitar que novos episódios de violência continuem ocorrendo. O bloqueio na BR-101 tem causado impactos no trânsito da região e reforça a necessidade de um posicionamento urgente do governo para resolver a crise agrária no sul da Bahia. A Br 101 só foi liberada por volta das 09 horas, a paralisação gerou vários quilômetros de carros parados nos dois sentidos da rodovia.

 

Por:Vida Diária/ BES