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Falarmos do vinho sem tocar no assunto harmonização de alimentos é algo quase impossível, visto que o vinho é uma bebida gastronômica, especialmente pronto para ser degustado com um prato que o valorize e vice-versa. Há quem ache isso frescura, invenção ou bobagem. O vinho e os alimentos possuem composições ricas e diferentes elementos químicos, e a harmonização perfeita pode valorizar a experiência gustativa sobremaneira. Mas a química entre vinho e comida, algo maravilhoso, pode também ser desastroso se não feito de forma correta.

É claro que que cada um tem seu próprio paladar, que é construído ao longo de toda a vida, começando já na décima segunda semana de vida intrauterina, depois para o leite materno, durante a amamentação e se definindo já na infância. Naturalmente, o sabor adocicado é preferência desde cedo, o que dificulta a apreciação dos sabores amargos durante a vida gustativa, por isso muitos têm dificuldade em degustar um vinho seco. Claro que isso pode ser mudado, pois podemos adaptar nosso paladar a novos gostos.

Mas o que quero de fato mostrar são as harmonizações que podemos fazer com o vinho, levsndo em conta tanto o alimento quanto o vinho. Não é algo engessado, estático, pois várias são as opções de harmonizações, de acordo com seu paladar. Mas existem as harmonizações clássicas, onde a possibilidade de errarmos é quase nula. Isso não quer dizer que todos irão gostar destas harmonizações, ainda que sejam clássicas, pois vinho bom e comida boa são aqueles que agradam quando consumidos juntos. Dessa forma, o que é maravilhoso para mim, pode não ser para você.

 

É extremamente importante levarmos em consideração alguns aspectos do vinho e dos alimentos, pois se um deles se sobrepor ao outro, a experiência não será satisfatória, visto que um se destacará mais na harmonização, deixando o outro sem graça no paladar. Desse modo, é de fundamental importância levarmos em consideração alguns aspectos dos alimentos e dos vinhos.

Com relação à comida, é necessário analisarmos o que chamamos de “peso da comida”, que é a potência, a força do prato em temperos, gordura, acidez, etc. Outro aspecto é o componente principal do prato, se uma proteína ou carboidrato. Lembre-se sempre que o ideal é harmonizar o prato com o vinho, pois o vinho já está pronto na garrafa.

De igual modo, o vinho também precisa ser escolhido com cuidado, pois existem centenas de uvas e vinhos os mais diversos. Vinho tem corpo, pode ser estruturado ou leve, com baixa ou alta acidez, com muitos taninos ou taninos amaciados, se tem passagem por madeira ou não, se é branco, rosé, tinto ou se é espumante.

São vários os aspectos a consideramos e pode parecer complicado ao enófilo inexperiente, mas não é algo difícil de aprendermos. No próximo artigo sobre harmonização, trarei algumas combinações clássicas para você leitor. Aguarde!!! Saúde!!!

 

Vaner Benetti

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