Foto revela uma onça pintada na RPPN Estação Veracel – Porto Seguro/BA. Esse é o primeiro registro em mais de 20 anos na região e feito durante o monitoramento de fauna e flora realizado pela consultoria especializada Casa da Floresta. A imagem foi feita por meio das armadilhas fotográficas, em maio, e só depois de refinados dados, a informação é trazida à público. A espécie se encontra na categoria “vulnerável” de risco de extinção no âmbito nacional, no entanto, para o bioma Mata Atlântica, seu grau de ameaça é ainda maior, pois acredita-se que sua população não supere 300 indivíduos.
“Isso significa o sucesso dos esforços de conservação ambiental”, destaca o analista ambiental Ronaldo Gonçalves Morato, do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos (CENAP) vinculado ao Instituto Chico Mendes (ICMbio). A onça-pintada é um mamífero de topo de cadeia, considerado o maior felino das Américas. Possui extensa área de vida, podendo chegar a 113 km2 para machos e 86 km2 para fêmeas na Mata Atlântica. Sua ocorrência está relacionada ao número de presas, a presença de cursos d’água e a quantidade de cobertura vegetal com alto grau de preservação, apesar de já ter sido registrada em áreas de silvicultura. Segundo Morato, é importante celebrar e tratar com orgulho, pois a presença desse animal só é possível em condições ambientais adequadas. “Dá novo ânimo aos estudos pela conectividade entre o Parque e a Estação Veracel”, complementa Fábio Faraco, gestor do Parque Nacional Pau Brasil – ICMbio.
Evolutivamente, a onça-pintada é um parente bastante próximo de outras espécies de grandes felinos, como o tigre e o leão, sendo o único representante do gênero Panthera no Brasil. Segundo o gerente de projetos da Casa da Floresta, Elson Fernandes de Lima, a ocorrência da espécie no Sul da Bahia é ainda mais espetacular pois trata-se de uma região sensível devido ao histórico de ocupação local, com extensas áreas de pastagem e “sobretudo, a forte pressão de caça, evidenciada tanto por nossos estudos, quanto por outros artigos científicos”, lembra o ecólogo.
A partir de agora, já começa a ser desenhado um arranjo institucional que permita ampliar e intensificar o monitoramento nesta área, da mesma forma que se faz necessário dar suporte à sociedade para conviver e conservar a biodiversidade.
Por: Vida Diária/Ascom
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