Não são poucos os casais que, depois de uns anos de convívio, perdem quase completamente o contato físico. Deixam de se acariciar, deixam de se olhar de tal forma que o abismo entre eles aumenta dia após dia.
Comecei a atender uma moça que a reclamação dela é exatamente esta. Depois que se casou, sentiu que o contato físico entre eles foi diminuindo a cada dia. Embora ela sinta desejo de se aproximar física e sexualmente do marido, tem medo de ser rejeitada, então não se aproxima. Daí a cada dia que passa, eles ficam mais distantes, parece que a ausência de toque estimula ainda mais a falta dele. Hoje eles vivem uma relação fraterna, tem um bom convívio, mas não tem uma vida de casal. Agora, eles estão tentando mudar isso e, embora não seja impossível, é bem mais difícil.
Uma pesquisa foi feita no século XIX por Montanger em que ele constatou que grande quantidade de bebês morriam por definhamento. Em 1915, um pediatra famoso de Nova York, Dr. Henry D. Chapin, ficou chocado com a quantidade de bebês que morriam nas instituições com a diferença de uma única instituição que fugia totalmente dos padrões das outras. Por isso, ele estabeleceu o sistema do externato para os bebês não ficarem definhando nas instituições. Mas foi Dr. Fritz, de Boston, que mostrou que o marasmo nada mais era do que a falta de contato físico e amoroso. Quando uma criança não respondia aos cuidados médicos elas eram entregues aos cuidados de uma ama e se recuperavam.
Portanto, é sabido que para uma criança se desenvolver bem, é preciso que seja tocada, acariciada, aconchegada. O contato físico, o toque amoroso favorecem a consciência corporal, estimulam seu desenvolvimento sensorial e motor, aumentando sua sensibilidade em todos os aspectos. A criança resiste à falta de muita coisa, mas pra isso deve haver os elementos amorosos que o toque e o contato corporal proporcionam.
Mas não é só isso, existe um hormônio em nosso corpo, a ocitocina que é considerado nosso hormônio do amor. É tido como o hormônio do contato físico, do toque. É o hormônio que estimula nosso desejo de aproximação. Quando nos tocamos, aumenta a produção de ocitocina ainda mais, pois é ela o principal fator químico do toque.
No que tange a relação de casais por exemplo, a ocitocina influencia a vida sexual por meio do contato físico, claro, diminuindo nossa capacidade de pensar e raciocinar. Não é à toa que durante o ato sexual, muitas vezes, temos aquela sensação de desligamento, de ausência de pensamento, entregues as sensações de prazer. Quanto mais nos acariciamos, mais ocorre o aumento dos níveis de ocitocina na corrente sanguínea.
Não só os bebês, mas todos nós necessitamos de contato físico, de sermos aconchegados. As carícias e o contato físico são como um alimento para nossas emoções. Nenhum relacionamento se sustenta de forma positiva sem o toque. O contato desperta e estimula o desejo e a vontade de aproximação.
Portanto, se você casal está lendo este artigo, fique atento aos sinais de afastamento. Não permita que o distanciamento se agrave, transformando a vida de vocês em um poço vazio. Busquem ajuda, conversem, não permita que o toque e as carícias se acabem. Estimulem-se sempre um ao outro. Afinal, o que há de mais delicioso do que estar nos braços de quem se ama?!
Até a próxima semana!
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