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Teixeira de Freitas: Um dos bens mais preciosos da humanidade está sob polêmica no Estado da Bahia. Segundo uma investigação conjunta, realizada pela ONG Repórter Brasil, da Agência Pública e organização suíça Public Eye, a água da Embasa (Empresa Baiana de Saneamento e Água) de 271 cidades baianas foram contaminadas com agrotóxicos e pesticidas, sendo que todos os municípios do extremo sul estão na lista. Os dados são do período de 2014 a 2017 e já fazem parte do Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Sisagua), do Ministério da Saúde.

Portanto, as cidades de Alcobaça, Caravelas, Prado, Mucuri, Nova Viçosa, Teixeira de Freitas, Medeiros Neto, Itanhém, Lajedão, Ibirapuã, Jucuruçu, Itabela, Eunápolis, Porto Seguro, Guaratinga e Vereda, fazem parte das cidades que consomem água contaminada. Com isso, as intoxicações por agrotóxico, em casos graves, podem até gerar coma, parada cardíaca, hemorragia ou perda da visão.

Na Bahia, o problema é tratado como uma questão de saúde pública, já que está entre os oito estados do Brasil em consumo do produto.

 

Veja abaixo a nota publicada pela Embasa:

“Sobre investigação conjunta da ONG Repórter Brasil e da organização suíça Public Eye sobre presença de agrotóxicos na água distribuída no Brasil a partir de resultados de análises registrados entre 2014 e 2017 no Sisagua (Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano), a Embasa esclarece que a interpretação dos dados divulgados em matéria jornalística não informa que os níveis detectados nas amostras dos municípios citados estão bem abaixo do valor máximo permitido (VMP) pelo Ministério da Saúde.

Vale ressaltar que, no período considerado na investigação (2014-2017), os equipamentos e procedimentos utilizados nas análises da Embasa indicavam com precisão a presença quase nula, ou em concentração inferior ao VMP, de 23 das 27 substâncias de agrotóxicos monitoradas nas análises. Para as outras quatro substâncias, o nível de precisão era mais baixo. Em 2018, porém, laboratórios de terceiros foram contratados para verificar com mais precisão a presença dessas quatro substâncias e os resultados, já disponíveis no Sisagua, atestam que a água distribuída pela empresa está em conformidade com a Portaria de Consolidação nº5 de 2017, norma que determina os parâmetros de potabilidade da água no Brasil.

Sem considerar essa informação, a ONG Repórter Brasil e a Public Eye afirmam que a água de alguns municípios baianos está com presença de agrotóxicos acima do nível permitido. No entanto, a partir de 2018, foi possível comprovar que todas as 27 substâncias estavam em total conformidade com o exigido pelo Ministério da Saúde.

Para acompanhar os aperfeiçoamentos ocorridos, nos últimos anos, no método de controle da qualidade da água, a Embasa tem investido na aquisição de equipamentos de alta precisão para fornecer informações com alto grau de confiabilidade e, assim, contribuir para o fortalecimento da rede de segurança da água para consumo humano existente no país”, concluiu a empresa.

Já a Associação Brasileira de Empresas Estaduais de Abastecimento informou o seguinte:

“A Câmara Técnica de Controle de Qualidade de Água vinculada a Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento, CTCQ – AESBE, manifesta publicamente a sua indignação frente ao pânico nacional gerado pela divulgação precipitada de uma avaliação equivocadamente realizada com base nos dados brutos de qualidade da água fornecidos ao longo dos anos pelas Companhias de Saneamento para preenchimento dos campos do SISAGUA. 

Ressalta-se que o cenário apresentado em relação aos agrotóxicos presentes na água de consumo humano, não condiz com a realidade brasileira. Este fato pode ser comprovado pela revisitação dos resultados analíticos dos monitoramentos semestralmente realizados, que são sistematicamente enviados às Vigilâncias Sanitárias Municipais para integrarem o SISAGUA, e confronto com os padrões estabelecidos pela legislação de potabilidade de água nacional, a qual é baseada nas diretrizes da OMS.

Por fim, cabe aqui o forte alerta de que, por arranhar irresponsavelmente a imagem das operadoras, banalizando o sério trabalho por elas realizado, os riscos decorrente do amadorismo utilizado para tratar esse assunto, também podem causar um irreparável problema de saúde pública como consequência, em decorrência de uma possível migração de hábito pelas populações abastecidas impactadas pelo falso alarde dessa notícia, para o consumo de águas de fontes alternativas que não possuem o mesmo rigor de controle praticado pelas associadas”.

 

Por: Vida Diária / Ascom

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