Pensando friamente sobre o que é o sofrimento pode-se concluir que é o resultado da comparação entre a maneira como está sua vida agora e a maneira como você gostaria que estivesse. Ou seja, é a comparação entre a realidade experimentada e o seu ideal.
Por isso que dizemos que se nossa vida está correspondendo aos nossos desejos e vontades estamos bem, mas se não, sofremos. Será que é por isso que percebemos nosso sofrimento tão onipresente? Afinal, quem está 100% vivendo de acordo com suas vontades e desejos?
Com relação às experiências de dor, pelo menos duas certezas eu tenho: a primeira é que ele é inevitável, a segunda é que quanto mais resistimos a elas pior fica. A ideia aqui é que diante da inevitabilidade da dor o caminho mais curto para sua solução ou alívio é a aceitação de forma plena e consciente. Aceitar não é se conformar, se deixar levar por ele, sofrendo mais e mais.
Aceitar é entender que o que não tem remédio remediado está. Aquilo que não podemos mudar fora de nós deve ser aceito e administrado da melhor forma. Imagine que você tenha perdido um ente muito querido, a dor, neste caso, é inevitável. Então o que resta é sentir o que se há para sentir diante desta circunstância, negar-se chorar, tomar medicações para não sentir esta perda, ou beber ou dormir para esquecer não vai te livrar da dor, ao contrário, vai prolongar um sofrimento que se fosse aceito e vivido de forma consciente em pouco tempo será digerido.
O fato é que negar e resistir, transforma uma dor normal das emoções e acontecimentos da vida em um sofrimento contínuo, que vem de uma angústia mental causada pela luta desenfreada em tentar se esquivar do fato de que a vida é dolorosa as vezes. As experiências dolorosas e inevitáveis da vida fogem ao padrão que estabelecemos com nossos desejos e ideais de vida, por isso não queremos e nem aceitamos quando os acontecimentos dolorosos acontecem.
Imagine que você está preso em um engarrafamento e você está atrasado para uma reunião muito importante. Se neste momento você resistir ao fato de que está preso em um engarrafamento sua mente estará esbravejando: Nossa isso não poderia estar acontecendo! Eu não podia estar atrasado, meu Deus! bla,bla,bla… Não tenho dúvida que o grau de sofrimento estará bem elevado diante desta situação. Agora me diga, do que adianta esbravejar? De que adianta xingar, brigar e reclamar? Isso não vai mudar a circunstância e se você não gosta de sofrer por bobagem ache uma forma de fazer deste momento uma experiência mais agradável. Agora imagine como ficamos diante de uma real experiência de dor!
Quanto mais resistimos à realidade vivida, mais o sofrimento nos consome. Imagine a dor como algo gasoso, se deixarmos ele lá vai se dissipar por si só, mas se você tentar fazer algo como fechar o ambiente você o impedirá que vá embora. Quando nos impedimos de vivenciar uma experiência dolorosa você acrescenta nela raiva, frustração, ficando super estressado, cansado.
Quando algo doloroso ocorre, aceitando ou não ele não vai deixar de existir.
Aceitar e relacionar de forma consciente com aquilo que dói permite que as emoções difíceis sigam seu fluxo natural até que percam sua potência, mas se você começar a se debater internamente você estará prolongando esta experiência. Nos desesperarmos não vai tornar as coisas mais fáceis, então porque torná-las mais difíceis. O que posso fazer para tornar esta experiência mais leve?
Aceitar, permitir, simplesmente acolher seu momento atual e crer que tudo passa. Lembrar que depois da tempestade vem sempre a calmaria. A vida é assim, cheia de altos e baixos quer a gente queira ou não, ou a gente permite que ela siga seu fluxo natural ou damos uma importância além do que precisava e sofremos desnecessariamente. A dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional. Aceitar e acolher o que estamos vivendo de ruim é aceitar que somos humanos e imperfeitos.
Até a próxima.
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Por: Vida Diária/Cristina Castro.
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