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O Brasil está ajustando os detalhes finais de um plano de resgate para companhias aéreas, à medida que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta um desafio que os Estados Unidos e a Europa tiveram que lidar logo após a pandemia. O pacote, a ser anunciado nos próximos dias, usará fundos públicos como garantia para empréstimos a empresas aéreas em dificuldades do banco de desenvolvimento do país (BNDES), de acordo com uma pessoa familiarizada com o assunto que falou à Bloomberg News.

O plano, contudo, ainda está indefinido e espera-se que seja mais uma solução paliativa do que uma cura para toda a indústria. Reduzir as tarifas o suficiente para permitir que os mais pobres voem regularmente se tornou um grande foco de Lula, que fez campanha com a promessa de restaurar a prosperidade na maior economia da América Latina.

O alto custo do combustível de aviação no Brasil é um fator complicador, com a Petrobras (PETR3; PETR4) sob pressão para reformular sua política de preços.

O valor exato da ajuda ainda está sendo determinado. Alguns dentro do governo estão pressionando por até R$ 8 bilhões, enquanto o Ministério da Fazenda prefere um valor mais próximo de R$ 5 bilhões, de acordo com duas pessoas familiarizadas, que falaram sob condição de anonimato porque as discussões são privadas. “As companhias aéreas não receberam ajuda do governo durante a pandemia e em algum momento você tem que pagar o preço”, disse Ygor Araujo, analista da Genial Investimentos, em entrevista.

Além dos altos custos de combustível, as companhias aéreas brasileiras estão enfrentando atrasos na produção de novas aeronaves, incerteza jurídica e um número extremamente alto de processos judiciais envolvendo clientes insatisfeitos. Elas aumentaram os preços para compensar os custos crescentes, com as tarifas subindo quase 50% em dezembro em relação ao ano anterior.

O presidente tem sido especialmente vocal sobre sua insatisfação com a situação. “Não há explicação para o preço das passagens aéreas neste país”, disse Lula em um evento no estado do Amapá naquele mês, acrescentando que algumas passagens para a região norte custam até R$ 10.000.

“A linha do BNDES não resolve o problema, pois não seria usada para subsidiar passagens, mas sim ajudar com as questões de liquidez das empresas”, disse Carolina Chimenti, analista de crédito da Moody’s Investors Service, que destacou as taxas de câmbio e os custos de combustível como outras questões-chave.

O governo Lula está considerando outras medidas para reduzir os preços das passagens. Um novo programa em discussão, conhecido como Voa Brasil, tem como objetivo persuadir as companhias aéreas a oferecer tarifas com desconto para estudantes e aposentados.

A Associação Internacional de Transporte Aéreo concorda que não há uma solução única para o governo Lula.

“O Brasil precisa resolver efetivamente seus problemas estruturais, como o alto custo do combustível de aviação, especialmente quando comparado aos principais mercados, o custo proibitivo de capital e a excessiva judicialização, que atuam como obstáculos significativos para o enorme potencial de crescimento do setor”, afirmou o grupo global da indústria de companhias aéreas em resposta a perguntas por e-mail.

 

Por: Vida Diária/Bahia.ba

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