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O sorotipo 3 do vírus da dengue, ausente no Brasil há mais de 15 anos, voltou a circular e está causando preocupação entre as autoridades de saúde. A reintrodução desse sorotipo traz consigo o risco de uma possível epidemia de dengue e a ameaça da forma mais grave da doença, a dengue hemorrágica. Com essa nova dinâmica, é fundamental que a população esteja atenta, informada e tome medidas preventivas para evitar a transmissão do vírus.

O retorno do sorotipo 3 ocorre devido à capacidade do vírus da dengue de sofrer mutações e se adaptar ao ambiente. Essa variante específica, que estava fora de circulação por tanto tempo, encontra uma população suscetível e pode se disseminar rapidamente. 

Quatro casos de dengue sorotipo 3 foram confirmados em Votuporanga, interior de São Paulo. Um estudo da Fiocruz já havia alertado para o ressurgimento desse sorotipo, que não causava epidemias há mais de 15 anos. Os pacientes apresentaram sintomas intensos da doença, e a secretaria de Saúde confirmou outros sete casos suspeitos. As autoridades estão investigando a circulação do vírus em diferentes regiões da cidade. Não há registros desse tipo de dengue em outros municípios de São Paulo, e o governo estadual monitora a situação com um plano de contingência. 

O sorotipo 3 da dengue é uma das quatro variantes do vírus da dengue, sendo as outras três o sorotipo 1, 2 e 4. A dengue é uma doença viral transmitida principalmente pela picada do mosquito Aedes aegypti.

Os médicos Dra. Marcela Rodrigues e Dr. Marco César Roque, explicam que o sorotipo 3 da dengue possui características semelhantes aos outros sorotipos em termos de sintomas e transmissão. Os sintomas da infecção pelo sorotipo 3 da dengue são, geralmente, febre alta, dor de cabeça, dores musculares e articulares, fadiga, erupção cutânea e, em alguns casos, sangramento. Em casos mais graves, a dengue pode evoluir para a forma hemorrágica, que pode ser fatal.

Uma das características do sorotipo 3 da dengue é a sua capacidade de causar epidemias mais graves. Isso ocorre porque, em algumas populações, a exposição prévia a outros sorotipos da dengue pode levar a uma resposta imunológica cruzada que pode agravar a infecção pelo sorotipo 3. Isso significa que pessoas que já foram infectadas por outros sorotipos de dengue têm um risco aumentado de desenvolver uma forma mais grave da doença se forem infectadas pelo sorotipo 3.

“Para identificar a dengue hemorrágica, é essencial estar atento aos sintomas de alerta, como febre persistente, manchas vermelhas na pele, dor abdominal intensa, vômito persistente e sangramento nas gengivas, nariz ou urina. O diagnóstico precoce é fundamental para evitar complicações graves, e qualquer suspeita de dengue deve ser prontamente comunicada a profissionais de saúde”. Destaca a Dra. Marcela Rodrigues.

A população desempenha um papel fundamental na prevenção da dengue. É necessário combater o mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão da doença. Medidas simples, como eliminar recipientes que acumulam água parada, limpar regularmente quintais e terrenos, utilizar telas de proteção em janelas e portas, e utilizar repelentes são ações essenciais para reduzir a proliferação do mosquito.

O Dr. Marco César Roque comenta que, além disso, destaca-se a importância da vacinação contra a dengue. A vacina oferece proteção contra os diferentes sorotipos do vírus e pode contribuir significativamente para a redução da incidência e gravidade da doença. A imunização em massa, aliada às medidas de controle do vetor, é uma estratégia eficaz para combater a dengue e prevenir epidemias.

A vacina QDENGA©, desenvolvida pela Takeda, é recomendada para pessoas de 4 até 60 anos, independentemente de terem sido infectadas anteriormente pela dengue. O esquema de vacinação consiste em duas doses, administradas com um intervalo de três meses entre elas. Estudos clínicos demonstraram que a vacina possui uma eficácia de 80,2% na prevenção da doença e reduziu em até 90,4% as hospitalizações relacionadas à dengue. Além disso, a vacina QDENGA© continuou eficaz na prevenção de 90,4% das hospitalizações 18 meses após a vacinação. Ao longo de quatro anos e meio, a vacina demonstrou evitar 84% das hospitalizações por dengue e até 61% dos casos de dengue com sintomas. 

A Dra. Marcela Rodrigues conclui alertando que é crucial que a população esteja consciente dos perigos da doença e adote medidas preventivas. Ficar informado, procurar atendimento médico ao surgirem sintomas suspeitos, eliminar criadouros do mosquito e buscar a vacinação são ações que podem fazer a diferença na proteção da saúde individual e coletiva.

As autoridades de saúde reforçam a importância de seguir as orientações de prevenção, manter-se atualizado sobre as informações divulgadas pelos órgãos competentes e colaborar ativamente no combate à dengue. Somente com a união de esforços será possível enfrentar essa ameaça e preservar a saúde da população.

 

Por: Vida Diária/BES

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