Teixeira de Freitas, 11 de março: A equipe do Vida Diária acompanhou de perto um ato simbólico em frente ao Hospital Municipal de Teixeira de Freitas (HMTF) na tarde deste domingo (11). A ação foi realizada pelo Conselho Municipal de Saúde, juntamente com os profissionais da área e a comunidade, tendo o objetivo de buscar por melhores condições de trabalho e em defesa da saúde pública da cidade.
Segundo o presidente do conselho, José Felix Reis Filho, “nós estamos aqui para mais uma ação do Conselho Municipal de Saúde, através desse abraço solidário e, também, com a intenção de sensibilizar os representantes do governo municipal de Teixeira de Freitas, para que os mesmos dêem o direito à condição de trabalho necessária aos profissionais da saúde, assim como uma saúde melhor para a cidade. Por isso, o Conselho resolveu convocar a população e trabalhadores da saúde para que possamos, desta forma, sensibilizar e mobilizar a gestão pública no tocante à saúde, e que isso seja realmente resolutiva”, explicou o presidente.
José Félix disse que há uma dificuldade de juntar toda a comunidade para lutar por essas reivindicações, pois são muitas, e a população é a que tem mais sofrido com os graves problemas da saúde. “Ficamos a semana toda nas redes sociais, não temos dinheiro para colocar carro de som, não envolvemos outros setores para não pensar que é um ato político contra a gestão, levamos comunicado às igrejas e à própria Comissão de Saúde da Câmara, entretanto, como podemos observar, só temos uma vereadora aqui conosco, que é a vereadora Erlita de Freitas”, concluiu José Félix.
Diante de tantas negligências na saúde pública de Teixeira de Freitas, o presidente afirmou que todas as denúncias que chegam até o Conselho são apuradas, acompanhadas de perto e, também, deliberadas na plenária do Conselho, sempre lutando para que a justiça seja feita.
Perguntado sobre uma determinada situação, em que alguém passou por alguma negligência médica, ou de algum ente querido, e tem como provar, José Félix recomenda o seguinte: “é importante fazer uma denúncia no Ministério Público e levar ao Pleno do Conselho Municipal de Saúde e à Ouvidoria Pública Municipal para que essas entidades possam tomar consciência da situação, ainda que não possa ser feito nada por essa pessoa, mas que esses fatos não venham ocorrer com outras pessoas no futuro. Não podemos mais aceitar que uma pessoa morra no HMTF por falta de anestesia”.
O presidente também explicou sobre um dado bastante delicado na cidade e que está expresso em um dos cartazes do ato deste domingo, que no ano de 2016, Teixeira teve registro de 714 óbitos e houve 800 em 2017, “a maioria desses óbitos são causados por diversos fatores, dentre eles tem a negligência pela falta de equipamentos, de insumos e até mesmo de medicamentos. Mas, a gente alerta à população pelo número, para que ela fique ciente de quantas pessoas tiveram suas vidas ceifadas”, explicou o presidente. É importante esclarecer que os números de óbitos citados levam em conta fatores externos, como, por exemplo, mortes causadas por assassinatos e acidentes.
“A nossa missão é essa mesmo, fiscalizar, denunciar e propor melhores diretrizes para a saúde de nossa região”, concluiu José Félix. Quem quiser procurar o Conselho Municipal, a pessoa pode entrar em contato pelo facebook da entidade e pelo whatsapp do presidente José Félix, que é o (73) 99986-4086. Infelizmente, o Conselho hoje não tem uma secretária executiva para receber as denúncias e reivindicações da população, porque é uma contratação da gestão pública e o prefeito não autorizou a admissão de uma profissional. A secretaria não está liberada para atendimento ao público pessoalmente, mas, mesmo assim, tem procurado acolher as queixas da população.
Durante as reivindicações neste domingo, diversos manifestantes seguravam cartazes, nos quais diziam:
“O SUS é do povo!”; “Vereadores, não queremos ônibus para velório, e sim saúde”; “SUS não é mercadoria”; “SUS: não é por falta de dinheiro, mas de planejamento”; “O SUS é do povo e não dos governantes, venha defender!”; “Queremos atendimento humanizado e acolhedor”; “Valorização dos profissionais da saúde”; e muito mais.
Por: Vida Diária/Mirian Ferreira e Robson Dias
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