A Bahia é o estado com as melhores práticas e com maior agilidade para liberação de licenciamento ambiental para empreendimentos empresariais no país. Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, nessa ordem, fecham os cinco primeiros lugares do ranking do Índice de Qualidade do Licenciamento Ambiental (IQL), instrumento inédito elaborado pela consultoria AFranco Partners que mapeia processos de governos estaduais na área ambiental.
O indicador surge de estudo sobre as implicações do caminho percorrido por empresários até a obtenção do licenciamento ambiental para a tomada de decisão de investimentos. Segundo Augusto Franco, responsável pela pesquisa e fundador da AFranco Partners, a legislação ambiental brasileira se organiza, nas três esferas de governo, como um conjunto complexo de leis, decretos e resoluções com propósito de preservar o ambiente, mas que acaba gerando insegurança jurídica devido à falta de padrão, transparência e agilidade nos processos. "Uma avalanche de legislações compõe o ordenamento jurídico e regulatório para mediar desenvolvimento econômico e preservação ambiental.
Esse arcabouço é o espaço ideal para mediar isso, mas as regras são conflituosas e sobrepostas e não dizem ao empreendedor o essencial: onde ele pode empreender, quando, como, em que prazo", avalia Franco. "Além dos riscos naturais do negócio, o empreendedor enfrenta ritual jurídico lento, complexo, caro e pouco isonômico. Mesmo se receber uma interpretação inicial favorável, outro técnico ou órgão de governo pode desqualificar sua demanda baseado em interpretação diferente."
Embora cada esfera administrativa tenha autonomia na execução da legislação ambiental, o estudo foca os Estados porque é sobre eles que recai a maior demanda por licenciamentos. A maior parte dos municípios repassa a responsabilidade institucional para governos estaduais, enquanto a União se encarrega majoritariamente de grandes projetos como a construção de uma hidrelétrica, por exemplo. Para formar o IQL, 18 variáveis foram parametrizadas em três blocos principais: transparência, burocracia e prazos.
Existência de manuais de licenciamento, serviços on-line, qualidade no atendimento e apresentação de informações de forma clara e acessível são alguns critérios do indicador. Dentro dessa lógica, a Bahia alcança pontuação máxima, com IQL 18. O desempenho está relacionado a várias mudanças implementadas desde 2012.
Na parte inferior do ranking do IQL, os principais problemas em vários Estados são o uso reduzido da internet, a ausência de informações detalhadas, a não disponibilização das legislações vigentes sobre o processo de licenciamento e a falta de definição, em lei, de prazos de tramitação dos pedidos de licença ou autorização ambiental.
Por: Vida Diária/Valor Econômico.
Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notácia, democrática e respeitosamente. Para utilizá-lo, você deve estar logado no Facebook. Comentários anônimos (perfis falsos ou não) ou que firam leis, princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas podem ser excluídos caso haja denúncia ou sejam detectados pelo site. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, entre outros, podem ser excluídos sem prévio aviso. Caso haja necessidade, também impediremos de comentar novamente neste site os perfis que tiveram comentários excluídos por qualquer motivo. Comentários com links serão sumariamente excluídos.