Em 16 de maio de 1569, depois de pregar o evangelho em Asperen, Holanda, Dirk Willems foi para a casa de uma família da igreja. À noite houve uma confusão diante da porta da morada onde o missionário se encontrava. O proprietário da casa veio até Willems e disse-lhe:
_ É o delegado. Ele está procurando você e quer matá-lo por ter pregado a fé protestante. Você tem que fugir.
Assim, Dirk Willems fugiu pela janela de trás o mais rápido possível. Sem tempo sequer de calçar as botas, tomou a direção sul, pois queria cruzar a fronteira e chegar à Alemanha. O delegado percebeu o que acontecera, mas tinha a vantagem de estar a cavalo, por isso tomou rapidamente o mesmo rumo de Willems. Contudo, este chegou primeiro ao rio congelado. Conseguiu atravessar em segurança sobre o gelo, pois era muito leve. O delegado, ao notar que não poderia arriscar passar com o cavalo sobre o rio sob o risco de afundar, desmontou e tentou perseguir Willems a pé.
Porém, a corrente com a qual o delegado tencionava prender Dirk Willems, bem como todo o resto da parafernália que trazia consigo, o deixou muito pesado para o gelo. Quando estava quase chegando à outra margem, o gelo se partiu e o delegado afundou. Tentou desvencilhar-se, mas o peso da corrente e do resto de seu equipamento o impossibilitaram de escapar da água gelada.
Willems ouviu o estalido do gelo e virou-se para ver o que estava acontecendo. O delegado olhou para ele e começou a gritar:
_ Socorro! Socorro! Salve-me! Eu vou me afogar!
Dirk Willems o observou por alguns instantes e, em seguida, pegou novamente o rumo sul para salvar a própria vida. Ele sabia que estaria seguro, e o delegado jamais seria capaz de sair da água sozinho. Entretanto, havia caminhado apenas alguns metros quando escutou o delegado berrar novamente:
_ Pelo amor de Deus, ajude-me!
Willems hesitou. Sabia que, se voltasse, isso lhe custaria a vida. Mas, a perspectiva de abandonar um homem, que talvez não conhecesse o Senhor, para morrer afogado era mais do que Willems poderia suportar. Virou-se, voltou e agarrou os braços do delegado para tirá-lo da água. Enquanto o levantava, sentiu a corrente das algemas deslizar-lhe pelo braço, prendendo-o. Alguns dias mais tarde, Dirk Willems foi queimado vivo numa estaca por causa do seu testemunho de Jesus. Morreu por ter se importado com o seu próprio algoz.
Essa narrativa mexeu comigo quando a ouvi e perguntei-me imediatamente se eu faria o mesmo que Willems. A grande verdade é que tal ilustração real conclama-nos a um desafio: a necessidade de sermos firmes em nossas posturas morais e convicções cristãs, mesmo que morramos por causa disso, pois o que está em jogo não é simplesmente a nossa reputação diante dos homens, mas sim a nossa consciência diante de Deus.
Que em nome de Jesus, inspirados por essa história de um mártir da fé, tenhamos a disposição para fazermos o que é certo, pagando o preço que for necessário para que o nosso compromisso com o Senhor não caia por terra.
Por: Pr. Júlio Cesar Paiva Gonçalves - Igreja Batista Memorial em Teixeira de Freitas
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