:: Vida Diária :: Jornalismo que completa o seu dia!

Com a força ancestral dos cânticos e rituais de seu povo, Rutian Pataxó adentrou o plenário do 5º Acampamento Terra Livre Bahia – ATL, ao ser anunciada como ouvidora-adjunta da Ouvidoria Cidadã da Defensoria Pública da Bahia – DPE/BA. Ela é a primeira mulher indígena a assumir o cargo para, junto a ouvidora-geral Naira Gomes, fazer ecoar nos projetos, atuações e estrutura da DPE/BA os anseios da sociedade civil e, em especial, dos povos originários.

O ingresso de Rutian na estrutura da Ouvidoria Cidadã acontece em um momento de avanços e intensificação do trabalho voltado à garantia de direitos das comunidades indígenas pela Defensoria da Bahia. E se soma às ações iniciadas em 2007, através do projeto Balcão de Direitos, e que culminaram na instalação da primeira sede com base na presença de comunidades indígenas no território. No cenário nacional, os desafios são o esvaziamento de atribuições do Ministério dos Povos Indígenas e a votação do Marco Temporal.

Para a missão que passa a assumir na Ouvidoria da DPE/BA, Rutian traz a experiência de ter sido secretária geral do Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia – Mupoiba; a força e resiliência dos 30 povos indígenas existentes no estado e a união das mulheres e homens que entraram de mãos dadas com ela no plenário: a defensora-geral da Bahia, Firmiane Venâncio, Naira Gomes, a Cacica Maria Kiriri e Kãhu Pataxó. E foi justamente esse sentimento de coletividade que Rutian destacou em sua primeira fala como ouvidora-adjunta.

“É com muita alegria que chego aqui sabendo que minha caminhada foi com vocês. Eu sempre tive a companhia e parceria de todos os povos indígenas, que contribuíram com a minha formação. Esse é um momento de visibilidade para os povos indígenas e de ocupação de mais um espaço de luta para todos nós”, reforçou a ouvidora-adjunta Rutian Pataxó. A liderança destacou ainda a experiência de escuta que teve junto aos movimentos e definiu a Ouvidoria como mais uma “casa de acolhimento dos povos indígenas”.

A força da coletividade também deu a tônica da fala da ouvidora-geral. “Na minha experiência de vida como mulher negra de candomblé que venceu ciclos de violência, ficou claro que o amor e a coletividade salvam”, assinalou Naira Gomes. Ao agradecer Rutian por aceitar o convite para se aliar a ela na escuta e encaminhamento das demandas da sociedade civil, a ouvidora prometeu união na luta dos povos negro e indígena e anunciou: “nós faremos o que precisamos fazer: resistir, subverter, estar juntas e ter amor por nós mesmas e pela coletividade”.

Por: Vida Diária/SN

AVISO: O conteúdo de cada comentário é de única e exclusiva responsabilidade do autor da mensagem.

Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notácia, democrática e respeitosamente. Para utilizá-lo, você deve estar logado no Facebook. Comentários anônimos (perfis falsos ou não) ou que firam leis, princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas podem ser excluídos caso haja denúncia ou sejam detectados pelo site. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, entre outros, podem ser excluídos sem prévio aviso. Caso haja necessidade, também impediremos de comentar novamente neste site os perfis que tiveram comentários excluídos por qualquer motivo. Comentários com links serão sumariamente excluídos.