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Teixeira de Freitas: Será realizado nesta segunda-feira, 4 de dezembro, na Vara do Júri e Execuções Penais da Comarca de Teixeira de Freitas, um dos julgamentos populares mais esperados dos últimos tempos, quando sentará no banco dos réus, a pessoa de Ismael de Jesus Moraes, 30 anos, autor do estupro seguido de morte e ocultação do cadáver da sua vizinha, a adolescente Cassiane Lima dos Santos, 15 anos na época, crime ocorrido em 27 de novembro de 2014. As primeiras audiências relativas ao Processo de Júri do caso aconteceram a partir de março de 2015, presididas pelo juiz Argenildo Fernandes dos Santos, que ouviu o acusado e as testemunhas do caso.

Um crime que abalou a comunidade teixeirense

Cassiane desapareceu no dia 27 de novembro e o corpo só foi encontrado no dia 2 de dezembro, após minuciosas investigações e confissão do assassino. O corpo foi localizado depois que policiais da 8ª Coorpin, em parceria com a DTE – Delegacia de Tóxico e Entorpecentes e a DEAM – Delegacia de Atendimento Especializado à Mulher, prenderam o autor do crime, Ismael de Jesus Morais de 27 anos, vizinho da vítima. Ismael, que já tinha passagem por roubo, furto e desmanche de veículos e que já respondia a estupro de vulnerável pela Comarca de Prado desde 2007, acabou preso em frente ao trabalho, por força de um mandado de prisão temporária.

O desaparecimento

No dia do desaparecimento, a mãe da adolescente, Cida Santos, saiu para trabalhar e deixou a filha sozinha em casa, já que suas duas irmãs mais novas haviam ido para a escola. O sumiço foi percebido ainda pela manhã, depois que uma amiga ligou insistentemente para a adolescente, que não atendeu o celular. Cassiane havia ficado em casa, dormindo, e não foi encontrada. Em sua cama havia vestígios de urina e o celular também foi deixado no quarto. O primeiro comunicado na Polícia foi feito através da Delegacia de Atendimento Especializado à Mulher, onde atuavam as delegadas Kátia Guimarães e Andressa Carvalho. Elas solicitaram uma perícia na casa de Cassiane, localizada no bairro Cidade de Deus, zona sul de Teixeira de Freitas.

O perito criminal Manoel Garrido, da 8ª Coordenadoria Regional de Polícia Técnica, coletou parte do colchão e do forro da cama, onde havia vestígios de urina. O material foi encaminhado para Salvador, para verificar a existência de material genético. Com a comunicação do caso à 8ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior, comandada pelo delegado Marcus Vinícius, com apoio do delegado Marco Antônio Neves, da Delegacia de Tóxico e Entorpecentes, o trabalho investigativo foi intensificado.

Acusado confessa o assassinato da adolescente

Somente no dia 30 de novembro, após uma nova visita à casa da vítima, os policiais observaram uma fresta no muro do quintal que dava acesso à casa de Ismael, o vizinho, que já tinha histórico criminal bastante extenso. O fato de os vizinhos também não terem ouvido qualquer barulho pela manhã do dia 27 intrigava a Polícia e levantava a suspeita sobre alguém próximo da família.

Após investigações, os policias descobriram que Ismael já havia invadido a casa de Cassiane durante a madrugada e chegou a tocar no pé da adolescente, mas ela não chegou a vê-lo. Uma tia da vítima também já havia flagrado o assassino no interior do imóvel.

O Serviço de Inteligência também descobriu que no dia do crime Ismael chegou atrasado na cervejaria onde trabalha, às 7h43, e não conseguiu apresentar para a polícia nenhum álibi para explicar onde esteve entre as 6h30 e o horário de entrada no serviço no dia 27 de novembro.

Dois dias depois, um morador do bairro que fazia um trabalho de mecânica no carro de Ismael encontrou um fio de cabelo de 13 centímetros de comprimento na cor castanha, no fundo do porta-malas do Uno do acusado.

Diante das evidências, a Polícia Civil pediu a prisão temporária de Ismael. O mandado foi cumprido nas primeiras horas da manhã do dia 1º de dezembro, e, em depoimento, de forma fria e tranquila, ele negou as acusações.

Confissão após súplica do pai de Cassiane

Ismael negou o crime até ficar frente a frente com o pai de Cassiane, Revenildo Almeida Santos, que implorou pelo direito de sepultar sua filha. Após a súplica da família, o assassino mudou o depoimento e confessou o crime. De acordo com delegado Marcus Vinícius, Ismael invadiu a casa e após uma suposta tentativa de se relacionar sexualmente com a vítima, acabou esganando a adolescente com as mãos, depois disso, usou um pedaço de arame para cometer esganadura. O assassino negou o abuso sexual, inclusive, se manteve firme nas negativas no dia da audiência, mas, a Polícia acredita que ele tenha se relacionado com a adolescente antes ou após a morte.

Ocultação do corpo

Com a adolescente morta, Ismael levou o corpo para uma plantação de eucalipto às margens da BR-101, em Itaitinga, interior de Alcobaça, e voltou para o trabalho, o que explica o seu atraso. No final do expediente, já no início da noite, o assassino voltou ao local e enterrou o corpo em uma cova rasa. A localização foi dada por ele e a remoção do corpo da cova foi feito pela Polícia Técnica. Segundo o perito criminal Manoel Garrido, o corpo estava apenas com a parte de cima do baby-doll e, apesar de ter sido enterrado há cinco dias, o estado do corpo ainda permitiu a coleta da secreção vaginal. O material também foi encaminhado para Salvador para exame de laboratório e pesquisa de espermatozoides.

Silêncio diante da imprensa

Ismael foi apresentado à imprensa no final da tarde do dia 5 de dezembro, e ficou em silêncio diante das perguntas feitas pelos repórteres. Sem demonstrar arrependimento, ele deixou a sala de entrevistas sem dizer uma única palavra.

Depoimento na audiência

Quando questionado sobre o motivo do crime, Ismael disse que três dias antes de matar a adolescente, ele estava no quintal de sua casa, e que a moça teria passado por ele dizendo que “ladrão tem que ser preso”, o que fez entender que seria uma indireta para ele. De acordo com o acusado, uma pessoa não identificada lhe contou também que Cassiane teria ligado para a Polícia para fazer uma denúncia de que ele estaria com um carro roubado, e, de fato, os militares estiveram em sua casa e apreenderam um Fiat Uno vermelho. Ismael ainda acrescentou que não sabia se o carro era roubado ou não, o dono teria apenas deixado o veículo para ele consertar a caixa de marcha. O assassino disse que isso fez com que ele aumentasse a desconfiança sobre a vítima. Compilação de informações divulgadas em sites na época do crime.

 

Por: Vida Diária/Jornal Alerta

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